Após perder relevância nas eleições do ano passado, o MDB faz agora um movimento de bastidores para se reerguer, em dobradinha com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na tentativa de construir uma estratégia conjunta para as principais disputas municipais de 2020 e uma candidatura única à sucessão do presidente Jair Bolsonaro, em 2022.

A articulação é conduzida pelo deputado Baleia Rossi (SP), que assumirá a presidência do MDB na convenção nacional do partido, a ser realizada amanhã, em Brasília. Sob o slogan da “Renovação Democrática”, o encontro foi planejado para mostrar unidade, apesar de divisões internas, e jogar luz sobre uma nova geração de herdeiros políticos, com a “aposentadoria” dos velhos caciques alvejados pela Lava Jato, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-senador Romero Jucá (RR). Sem conseguir a reeleição, Jucá passará o comando do MDB para o líder do partido na Câmara e assumirá uma cadeira de “vogal” na Executiva.

Na prática, a convenção representa o primeiro passo para o MDB costurar alianças eleitorais e adotar um discurso crítico em relação ao governo Bolsonaro, embora o ministro Osmar Terra (Cidadania) seja filiado à legenda.