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Por Houldine Nascimento

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acertou uma nova mudança em ministérios a partir da próxima segunda-feira (26). O ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, foi comunicado ontem sobre sua saída do cargo, dando lugar ao senador piauiense Ciro Nogueira, que também é presidente nacional do Progressistas.

Bolsonaro entende que a presença de um político na pasta vai ajudar na relação com o Congresso, especialmente com o Senado, que hoje abriga a CPI da Pandemia, responsável por promover desgastes ao Planalto. Ontem mesmo, Ciro entrou em contato com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para falar sobre o convite recebido.

A chegada de Ciro também sela o casamento de Bolsonaro com o chamado Centrão, grupo de partidos que garante sustentação ao seu governo no Parlamento e que também compôs gestões anteriores. A união fez até o presidente esquecer que Nogueira o tachou de “fascista” anos atrás, além de o senador pepista tecer elogios ao ex-presidente Lula.

Ao mesmo tempo, esse apoio dá um alívio temporário a Bolsonaro sobre um eventual risco de impeachment, fantasma que ronda todos os chefes do Executivo desde a redemocratização. O fortalecimento dessa parceria entre Bolsonaro e Centrão surge no momento em que o presidente aparece com os maiores índices de rejeição. O PoderData trouxe novos números ontem.

A pesquisa mostra que 56% dos entrevistados avaliam o presidente como ruim ou péssimo, um aumento de 1% em relação ao levantamento anterior. Já 26% consideram a atuação de Bolsonaro boa ou ótima e 15% veem como regular. Quando é levado em conta o governo, 62% desaprovam e 32% aprovam a gestão. Ao todo, foram 2,5 mil entrevistados em 427 municípios das 27 unidades federativas, entre 19 e 21 de julho. Margem de erro de dois pontos percentuais.

A expectativa é de que Luiz Eduardo Ramos siga no Planalto e vá para a Secretaria-Geral da Presidência, que tem Onyx Lorenzoni como titular. Para acomodar Onyx, Bolsonaro deve recriar o Ministério do Trabalho e Previdência, que será desmembrado da pasta da Economia. A ver apenas como será o novo nome do ministério.

Atropelado – Ramos disse que foi surpreendido com as informações sobre sua saída. “Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem”, disse em tom de humor à colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão. O general da reserva fez questão de destacar sua fidelidade a Bolsonaro: “O presidente é ele, eu sou soldado, cumpro missão. Aprendi, em 47 anos de vida militar, que soldado não escolhe missão. Se ele me der outra no governo, eu aceito.”