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O presidente Jair Bolsonaro transmite, hoje, mais uma live semanal. Desta vez, diferente do que costuma fazer, convocou a imprensa para acompanhar presencialmente no Palácio da Alvorada. Sem direito a perguntas, os jornalistas acompanham a apresentação de supostas fraudes em eleições anteriores.

O Poder360 convidou especialistas para analisarem em tempo real as declarações do presidente sobre o voto eletrônico. São eles:

  • Renato Ribeiro, advogado, professor universitário e doutor em Direito pela USP (Universidade de São Paulo)
  • Jhames Sampaio, professor do Departamento de Estatística da UnB

“INAUDITÁVEL”

Bolsonaro afirmou que a eleição brasileira é “inauditável”.

“O sistema eleitoral é inauditável. Não dá para comparar se houve ou não fraude nas eleições”, afirmou o presidente.

Renato Ribeiro discorda. De acordo com ele, há uma série de meios para checar eventuais irregularidades.

“O sistema eleitoral é plenamente auditável. Há auditorias. É possível auditar em todas as fases. A questão aqui é confusão: acreditar que auditoria significa fazer uma contagem manual dos votos”, explica.

O presidente também voltou a dizer que eleições anteriores foram alvo de irregularidades e que querem “fraudar” as próximas votações. “Tá na cara que querem fraudar. De novo. Geralmente quem está no poder faz as artimanhas, eu tô fazendo justamente o que você confirma o seu voto”.

Na live, Bolsonaro passou um vídeo afirmando ser possível hackear o código fonte da urna eletrônica. Isso permitiria, diz o material, que um eleitor votasse em um candidato, enquanto a urna registra outro. Também mostraram imagens que supostamente demonstrariam que eleitores tentavam votar em Bolsonaro, enquanto a urna sugeria a anulação do voto.

Para Ribeiro, não há qualquer evidência de fraude eleitoral desde 1996, quando o Brasil passou a utilizar a urna eletrônica. “Não é possível um hacker mudar o voto do eleitor. A urna não tem acesso à internet e o invasor teria que ter acesso a urna. Mas esse equipamento é acompanhado integralmente pelas autoridades. É impossível mudar o resultado de um modo macro”.