Tão logo viu nas ruas, domingo passado, o fiasco das manifestações contra Bolsonaro promovidas pelo Movimento Brasil Libre, o MBL, o PT começou a convocação para um ato em 2 de outubro pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O vice-presidente nacional do partido e deputado federal José Guimarães (CE) publicou um vídeo em seu perfil no Twitter com um chamado para o protesto poucas horas depois da realização de manifestações em ao menos 15 capitais brasileiras com o mesmo lema, que acabaram caracterizadas como atos da chamada 3ª via da eleição presidencial de 2022.

Fotos: reprodução/Poder 360

Os eventos do MBL tiveram baixa adesão, na verdade uns gatos pingados, inclusive em São Paulo. Na Avenida Paulista, em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública informou ter contabilizado a presença de seis mil pessoas. Em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, havia menos de 500 manifestantes. Por trás do comparecimento modesto, o que se diz é que existe um racha entre os opositores de Bolsonaro.

Da mesma forma que grupos de direita não aderiram aos atos contra o presidente no 7 de setembro, partidos de esquerda boicotaram os convocados por MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua, domingo passado. Na tentativa de atrair os petistas, o MBL aboliu o lema “Nem Lula nem Bolsonaro”, considerado inaceitável por petistas e psolistas.

Mas em praticamente todos os atos foram vistas faixas com esses dizerem. “O PT não foi [aos atos] por conta da forma e do conteúdo como os atos foram inicialmente organizados”. “A luta pela democracia, pelo estado democrático de direito não pode ser confundida com a luta nem a disputa eleitoral. A manifestação que o MBL programou tinha um conteúdo claro: era um ato pela 3ª via”, disse José Guimarães.

O protesto do MBL na avenida Paulista teve a participação de cinco presidenciáveis –o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PDT); o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), e os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Alessandro Vieira (Cidadania-MA). “Temos que dar amplitude, envolver todos. Não é ato de candidatura A, B ou C, é um ato pela democracia. Temos que fazer uma manifestação ampla, grandiosa, maior do que as do Bolsonaro. É assim que nós vamos fazer, com todos os movimentos sociais, centrais sindicais. Vamos chamar todos os partidos do centro e mostrar que a luta pela democracia tem que ter essa amplitude, se não vai dar certo. Sem isso, nós não teremos força para tirar Bolsonaro”, disse Guimarães.

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