Por Carlos Newton

Embora as pesquisas indiquem amplo favoritismo de Lula da Silva, a eleição de 2022 está cada vez mais indefinida. Os mais recentes levantamentos, como o Exame/Ideia divulgado nesta sexta-feira (12/11) mostra o ex-presidente Lula da Silva liderando todos os cenários eleitorais para a Presidência em 2022, com 35% na pesquisa estimulada, seguido do atual presidente Jair Bolsonaro, com 25%.

Até aí morreu o Neves, como se dizia antigamente. Não há nenhuma novidade. Todos sabem que os dois principais candidatos têm algo em torno de 30% dos votos válidos, cada um. Portanto, o que está em dúvida são os restantes 40%, que formam maioria.

E A REJEIÇÃO? – Na situação específica desta eleição, existe uma pergunta adicional que não pode faltar, mas que pouquíssimas pesquisas fazem: Quem não aceita votar em Lula ou Bolsonaro? A meu ver, esta seria a indagação fundamental nos dias de hoje.

O levantamento Exame/Ideia, infelizmente, deixou de fazer a indagação que nos mostraria o tamanho da “maioria silenciosa”, que é formada pelos eleitores que não costumam se intrometer na política, mas acabam decidindo as eleições, como dizia o ex-presidente americano Richard Nixon.

De toda maneira, a pesquisa mostra que, apesar de liderarem as pesquisas, Bolsonaro e Lula também são os que aglutinam maior nível de rejeição. Os entrevistados foram questionados para que dissessem em quem eles não votariam “de jeito nenhum”. O atual chefe do Executivo lidera com 44% no índice de rejeição, seguido por Lula com 37%. João Doria e Sérgio Moro empatam com 19%, Ciro aparece com 17% e Mandetta, apenas 11%.

POLARIZAÇÃO – Na pesquisa estimulada, no primeiro turno, e Lula teria 35%, Bolsonaro ficaria com 25%. Os números, dessa forma, indicam uma polarização, pois os demais possíveis candidatos da terceira via que foram testados obtiveram, juntos, apenas 16%. Portanto, há 24% de votos que ainda estão flutuando e que pode decidir essa eleição, porque o favorito Lula têm 35% de aceitação e 37% de rejeição.

Com certeza, há campo para o crescimento de candidatos da terceira via, como Ciro Gomes (PDT), Sérgio Moro (Podemos) e João Doria ou Eduardo Leite, que disputam as prévias do PSDB, junto com Arthur Virgilio, que apenas marca presença, sem a menor chance.

Nesse sentido, quem parece ter razão é o líder empresarial Marcello Brito, p residente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag): “Precisamos ter calma, esse negócio vai afunilar”, diz ele, defensor da terceira via.