Por Roberto Nascimento

Nesta quarta-feira à noite, os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco foram desmascarados no auditório do Senado e ficaram numa saia justa daquelas, diante das críticas de Simone Tebet e Álvaro Dias.

A senadora do MDB foi enfática e afirmou ter sido surpreendida pela quebra do acordo de líderes com Rodrigo Pacheco, a respeito do Artigo 4º, o qual obrigaria o pagamento dos precatórios dos aposentados do INSS, e também no valor de 7,5 bilhões para compra de vacinas. Pois bem, Lira tirou isso do texto, sob o silêncio de Pacheco, que permitiu a promulgação.

INDIGNAÇÃO – Muitos senadores estavam indignados com a traição de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. O paranaense Álvaro Dias, do Podemos, disse que a Câmara descumpriu vários acordos e que as modificações feitas pelos senadores dormem o sono dos justos nas gavetas do presidente da Câmara, com perspectivas zero de serem levadas ao olenário. O senador Álvaro Dias conclui, que essa PEC fatiada e desmembrada será mais um golpe contra a democracia.

Simone Tebet teve que dar uma pausa para respirar, tal a sua indignação. Disse ela: ”Senhor presidente, consegui virar os votos dos senadores do PT, do Podemos e do Cidadania, para aprovação dessa PEC, com sua promessa de avalizar o artigo quarto e agora”?

Rodrigo pediu que confiassem na Câmara, mas foi destroçado pelos senadores, com um Arthur Lira em silêncio o tempo. Se Lira abrisse a boca diante dos senadores, seria arrasado como foi o presidente do Senado.

SEM MORAL – Ficou comprovado, que nenhum dos dois presidentes das Casas Congressuais tem estatura política e moral para recuperar a confiança de seus pares.

Quantas saudades de Ulysses Guimarães e até do presidente Antônio Carlos Magalhães, que, apesar de ser chamado de Toninho Malvadeza, sempre defendeu os senadores e exigia que os acordos fossem cumpridos. Hoje vemos que o presidente do Senado está a reboque do presidente da Câmara.

E Rodrigo Pacheco ainda quer ser candidato a presidente? Vai tirar em último e sua reeleição para o Senado daqui a cinco anos está ameaçada, pois os mineiros certamente vão se lembrar desse episódio da PEC dos Calotes.