Dirigentes da União Brasil começaram a discutir com o MDB a formação de uma aliança para as eleições deste ano. As conversas incluem a criação de uma federação envolvendo as duas siglas e uma possível chapa para a corrida presidencial.

Em processo de formação a partir da fusão entre PSL e DEM, a União Brasil tem uma reunião marcada, hoje, em São Paulo, para definir os caminhos que o partido deve tomar na campanha.

A legenda é alvo de cobiça por parte de Sergio Moro (Podemos), mas há resistência de vários integrantes da cúpula do partido – incluindo o futuro secretário-geral, ACM Neto (DEM), e o vice-presidente Antônio Rueda (PSL). A negociação em torno de uma aliança com o MDB indica um movimento da futura legenda em busca de caminhos alternativos, para afastá-la da candidatura do ex-juiz da Lava Jato.

Em conversas preliminares entre dirigentes da União Brasil e do MDB nas últimas semanas, foi apresentada a proposta de uma aliança nacional, com a construção de candidaturas conjuntas em diversos estados.

Foi posta na mesa a possibilidade de uma federação, formato inédito que determina a união de legendas por quatro anos – incluindo a participação conjunta em todas as disputas eleitorais desse período. Uma ala da União Brasil fez um aceno inicial que envolveria também o apoio do partido à candidatura de Simone Tebet à Presidência em outubro.

Essa aliança interessa ao grupo do MDB que busca um reforço para a senadora na corrida ao Palácio do Planalto. A parlamentar é alvo de assédio de siglas que gostariam que ela concorresse ao cargo de vice-presidente – é o caso do PSDB, por exemplo, que tem o governador João Doria como pré-candidato.

Nesse cenário, a União Brasil poderia indicar o candidato a vice na chapa de Tebet. O futuro presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL), trabalha para ocupar esse posto. O presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), confirmou à Folha que há negociações em curso. “Tenho tido conversas constantes com a União Brasil para uma parceria nacional que possa fortalecer os dois partidos”. Essas articulações para a corrida presidencial ainda estão em fase preliminar.

De todo modo, os dois lados já manifestaram interesse numa aliança que envolva o apoio conjunto a uma candidatura ao Planalto. A federação poderia, portanto, negociar com outro candidato à Presidência, caso o nome de Tebet não seja considerado viável.