O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, hoje, que José Múcio permanecerá à frente do Ministério da Defesa. Lula afirmou ainda que as Forças Armadas não são “poder moderador, como pensam que são”. De acordo com o presidente, o papel dos militares, definido na Constituição, “é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos”.

Múcio vem sendo criticado por ter defendido solução negociada para a crise envolvendo os acampamentos golpistas de bolsonaristas em frente a quarteis. Eles reivindicavam ação das Forças Armadas para impedir Lula de governar o país.

Lula apontou que “todos cometemos erros” e que Múcio permanece no governo porque é de sua confiança. “Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio fui eu quem trouxe para cá [governo]. Ele vai continuar sendo meu ministro porque eu confio nele, relação histórica, tenho o mais profundo respeito por ele. Ele vai continuar”, disse Lula em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.

“Se eu tiver que tirar cada ministro a hora que ele comete um erro, sabe, vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil. Todos nós cometemos erros”, completou ele.

Lula afirmou que os ministros sabem que “não pode ficar ninguém que seja suspeito de ser bolsonarista raiz” no Palácio do Planalto. Por outro lado, disse que não pretende fazer um “palácio de petistas”. Segundo ele, o importante é que o servidor faça um bom trabalho.

“Eu quero saber se a pessoa tem qualidade, se a pessoa tem uma função respeitada, se a pessoa é trabalhadora. Ah, se o cara votou no Bolsonaro eu não vou ficar aqui com o cara porque votou em mim ou não. Se o cara votou no Bolsonaro, é um direito dele votar, se o cara é um funcionário de carreira e ele presta o serviço dele com retidão, por que ele não pode ficar? Eu não quero fazer um palácio de petista. Eu quero fazer um palácio de pessoas sérias, que trabalhem, que tenha compromisso com o país”, disse.

Múcio, que é ex-deputado federal pelo antigo PFL e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), foi escolhido por Lula para a pasta da Defesa justamente por ser considerado um político de perfil moderado e conciliador.

Entre os papeis de Múcio está justamente fazer a interlocução do governo Lula com os militares, num ambiente de polarização política das forças, que contam com setores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na terça-feira (10), diante de especulações sobre a permanência dele no governo, Múcio afirmou que ficará no cargo. Para o ministro da Defesa, “é hora de juntar os responsáveis para combater os irresponsáveis”. Ele também defendeu que o momento é de criar “estabilidade para o nosso presidente governar”.

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