O Senado Federal completa 200 anos, hoje, com a maior bancada feminina da história do parlamento. No entanto, a representatividade de mulheres na Casa ainda cresce em ritmo lento. Conquistas como a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, em 2019, e até mesmo a construção de um banheiro feminino no plenário do Senado, em 2016, ainda são episódios da história recente do Brasil.

A atual diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, está no cargo há quase 10 anos e presenciou esses avanços. Para ela, a construção do sanitário para mulheres no plenário foi um reconhecimento do espaço do Senado como um ambiente também para elas.

“O marco é o reconhecimento, é o simbolismo do pertencimento da mulher àquele espaço, porque o banheiro não mudou uma lei, mas foi um reconhecimento do Senado que aquele espaço a partir de então era naturalizado para as mulheres”, afirmou Ilana em entrevista ao g1.

Para a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o ritmo de crescimento da participação feminina na política ainda tem sido lento. “A nossa participação ainda é muito aquém daquilo que deveria ser. Nós temos mais de 90 anos do voto feminino, de votar e ser votada, e o cenário que nós temos aqui é um cenário ainda muito atrasado […] os estudos hoje feitos apontam que a gente levará 100 anos para ter igualdade entre homens e mulheres, se a gente for no ritmo que a gente está indo agora”, afirmou.