O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, mais conhecido como “Juruna”, disse hoje em São Paulo que as centrais sindicais insistirão na proposta de um salário mínimo de R$ 580 reais. Ele participa na manhã de hoje de reunião para negociar o valor do mínimo com os ministros do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, e da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas.

“Como já foi dito pelo relator do Orçamento no Congresso, senador Gim Argello (PTB-DF), há condições de se dar esse aumento”, afirmou, em referência à reunião de ontem em que o parlamentar admitiu que o governo tem uma margem de manobra e poderia chegar a um valor de R$ 570 reais, apesar de a proposta oficial do governo ser de 540 reais. Embora grande parte dos prefeitos do País seja contra esse aumento, por temer o repasse ao funcionalismo público municipal, “Juruna” disse que o governo precisa agradar a população e não apenas os partidos aliados.

“Isso eu acho que é uma questão de pressão das centrais sindicais. Eu acho que não basta o governo agradar apenas aos partidos aliados, sem atender a população em geral. Nesse aspecto, eu acho que ainda há condições de negociação”, disse. “Acredito que nós deveríamos pensar num número positivo de aumento real, uma vez que quanto melhor o mercado interno, melhor para o País em geral.”

“Neste ano, 99% das categorias tiveram aumentos que variaram entre 7% e 9%. Com certeza, muitos trabalhadores que estavam isentos do pagamento de IR entrarão na faixa para pagar. Então, queremos uma solução para isso”, disse. A proposta da Força é que o reajuste na tabela do IR acompanhe a inflação e fique em torno de 5%. Segundo ele, é possível que a solução não saia na reunião de hoje. “Se não houver solução, vamos ter de colocar o povo nas ruas para puxar a discussão.”