O Papa Bento XVI diz que o uso de preservativos é aceitável “em certos casos”, especialmente para reduzir o risco de infecção por HIV, em um livro que será lançado na terça-feira, em uma aparente suavização de sua postura a respeito do tema.

Na série de entrevistas que será publicada na Alemanha, país natal do pontífice de 83 anos, Bento XVI é questionado quando a Igreja Católica não fundamentalmente contrária ao uso da camisinha.

“Com certeza (a igreja) não vê (o preservativo) como uma solução real e moral”, responde o Papa.

“Em certos casos, quando a intenção é reduzir o risco de infecção, pode ser, no entanto, um primeiro passo para abrir o caminho a uma sexualidade mais humana”, completou o líder de 1,1 bilhão de católicos do planeta.

O livro, que tem como título “Light of the World: The Pope, the Church and the Signs of the Times” (Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo), é baseado em 20 horas de entrevistas conduzidas pelo jornalista alemão Peter Seewald.

Até o momento, o Vaticano proíbe o uso de qualquer forma de contracepção – aceita apenas a abstenção -, mesmo como forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis.

Bento XVI provocou revolta internacional em março de 2009 durante uma visita à África, continente devastado pela Aids, ao afirmar à imprensa que a doença era uma tragédia que não podia ser combatida com a distribuição de preservativos, que na opinião dele até agravava o problema.