Depois de quase quatro anos, o processo da Operação Impacto – que apura denúncias de irregularidades na votação da proposta de revisão do Plano Diretor de Natal, em 2007 – finalmente parece caminhar para as alegações finais.

O juiz da 4ª Vara Federal, Raimundo Carlyle, à frente do caso, recebeu ontem resposta sobre os dados bancários de alguns vereadores.

Após examinar as informações, o juiz decidirá, na segunda-feira(11), sobre alguns pedidos feitos pela defesa dos réus. Em seguida, a documentação será encaminhada ao Ministério Público. O processo, então, volta para a defesa e depois segue para o julgamento.

Carlyle informou que o banco Santander encaminhou a confirmação de que os vereadores Adenúbio Melo (PSB) e Dickson Nasser (PSB) não têm poupança na instituição. “Eu já havia recebido os extratos das contas correntes. Agora faltavam os das contas poupança, mas o banco disse que eles não possuíam esse tipo de conta lá”, afirmou o juiz.

O magistrado está examinando alguns pedidos feitos pelos advogados dos réus. “Trata-se de uns pedidos de perícias fonéticas nas gravações telefônicas. Eles já haviam solicitado, mas eu disse que só faria essa avaliação depois de terminar os requerimentos das contas. Como isso já está encaminhado, farei essa avaliação dos pedidos e na segunda solto a decisão”, declarou Carlyle.

O caso

A Operação Impacto foi deflagrada em julho de 2007, com base na denúncia de um suposto esquema de corrupção na Câmara Municipal de Natal feita à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.

Com a autorização da quebra do sigilo telefônico de 16 dos 21 vereadores, o Ministério Público conseguiu interceptar diversos diálogos tratando da suposta divisão da propina, que levaram os promotores Afonso de Ligório, Giovanni Rosado e Alexandre Frazão a confirmar a existência de “grave esquema de corrupção”.

Entre os envolvidos estão os ex-vereadores Emilson Medeiros, Geraldo Neto, Renato Dantas, Carlos Santos, Salatiel de Souza, Aluizio Machado, Sargento Siqueira e o ex-suplente Sid Fonseca.

Além deles, são réus os vereadores Dickson Nasser, Adão Eridan (PR), Adenúbio Melo (PSB), Júlio Protásio (PSB), Aquino Neto (PV) e Edivan Martins (PV), presidente da Câmara Municipal.

Fonte: DN