Deu na Agência USP

Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (USP), mostra que pessoas que nascem de parto cesariano têm risco 58% maior de ficarem obesas quando adultas. Segundo a autora do estudo, Helena Ayako Sueno Goldani, a possível causa desse índice é a alteração no desenvolvimento ou na composição da microbiota intestinal, que é diferente nas crianças que nascem de parto vaginal com relação às crianças que nascem de cesariana.

Helena explica que no parto cesariana não acontece o contato do bebê com a flora vaginal materna, que parece ser importante para o desenvolvimento da flora intestinal do recém-nascido. A hipótese levantada pelas análises é a de que algumas bactérias presentes no canal do parto tenham efeito benéfico por meio de uma estimulação balanceada do sistema imunológico da criança.

O estudo revelou um dado interessante: o número de cesarianas é maior entre as mulheres com maior nível de escolaridade (45,1%) do que entre as de menor nível de instrução (26,8%). A pesquisa analisou adultos com idade entre 23 e 25 anos, com peso médio de 69,7kg. A taxa de prevalência de obesidade nesses adultos jovens nascidos por cesariana foi de 15,2% contra 10,4% nos nascidos por parto vaginal. A pesquisa revelou ainda que a taxa de obesidade foi maior entre os menos privilegiados economicamente.