Muitas vezes deixada de lado por familiares e pelo próprio paciente, a depressão em idosos é comum e deve receber tratamento. Segundo especialistas, nessa faixa de idade, há mais riscos de desenvolver o transtorno. Isso ocorre sobretudo porque, durante essa fase, a ocorrência de doenças aumenta e a pessoa vivencia mais situações de perda.

“A relação entre depressão e dores físicas intensas é muito próxima. Uma potencializa a outra. Pessoas depressivas ficam mais doentes. Por outro lado, ter que suportar uma dor crônica aumenta o risco de depressão’’, explicou a psiquiatra Ana Luiza Lourenço Simões Camargo, do Hospital Israelita Albert Einstein.

A médica afirmou que é comum que a família do ido­so considere os sintomas de uma possível depressão como sinais normais da ida­de. “Por esse motivo, a depressão no idoso é aquela que é menos diagnosticada, mas é preciso criar a consciência de que essas pessoas têm que buscar ajuda e que, após o tratamento, podem voltar a ter uma vida satisfatória”, alertou.

O tratamento da depressão é feito com a utilização de medicamentos antidepressivos associada à psicoterapia. Para o psiquiatra Ivan Morão, do Hospital São Luiz, é preciso ter cuidado com a administração indiscriminada desse tipo de remédio.

“A maioria dos pacientes acha que vai tomar um remédio e sarar e, na depressão, não é assim. O paciente tem uma angústia, e precisa ser ouvido. Receitar só o remédio vai apenas tornar a doença crônica’’, disse.

Fonte:  Folha de Pernambuco