Tá no Estadão:

Depois de tomar café da manhã com a presidente Dilma Rousseff e pelo menos 60 representantes do novo partido, o PSD, no Palácio do Planalto, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, reiterou a posição de independência de todos seus integrantes. Ele explicou que “não fará oposição sistemática” e nem haverá “alinhamento automático”. “Podemos ter convergências em questões que envolvam o futuro do País”, disse Kassab.

O prefeito informou que a presidente não pediu apoio, foi “extremamente respeitosa” e “demonstrou entusiasmo” com a criação do novo partido, que nasce com 44 deputados e 2 senadores. “A presidente disse que a relação será republicana, respeitando as diferenças existentes e consciente de que somos independentes”, afirmou Kassab, lembrando que a visita à presidente não teve qualquer vinculação com o posicionamento do partido no Congresso. Segundo ele, o objetivo foi apenas apresentar os integrantes da nova legenda.

Kassab informou que a visita à presidente Dilma foi o primeiro evento público do partido e que estiveram presentes os presidentes dos diretórios regionais, 39 deputados federais, um senador e outros integrantes. Ele disse que o partido “surge forte, estruturado e veio para fortalecer a democracia”. Ele explicou que as alianças do partido nos Estados para as próximas eleições serão feitas em cima de programas. Por isso, citou, haverá alianças tanto com partidos da oposição quanto do governo. Na Bahia, por exemplo, ficará alinhado ao PT de Jaques Wagner, e no Paraná, com o PSDB de Beto Richa. “Não seremos partido da base mas estaremos à disposição do governo para defender questões de interesses nacionais. Em diversos momentos haverá convergência sim”, disse.

Kassab disse que no encontro com a presidente não foi discutida a série de denúncias no governo, mas que ela voltou a reclamar da exposição de fotos dos presos em Amapá, suspeitos de envolvimento em irregularidades no Ministério do Turismo. Segundo Kassab, a presidente disse que é importante respeitar o direito à presunção da inocência. Segundo relato do deputado Julio Cesar, Dilma disse que não gosta de ver o retrato de cidadãos sem camisa na imprensa e que acusado não é prejulgado.