O pânico da última quinta-feira se dissipou e os mercados tiveram suas perdas amenizadas nesta sexta-feira. No entanto, ainda que em menor queda, as bolsas mundiais fecharam no vermelho influenciadas pelo temor cada vez maior de uma recessão na Europa e da desaceleração da economia dos Estados Unidos. A BM&FBovespa encerrou o pregão em queda de 1,29%, influenciada pelas quedas das ações dos bancos, como Itaú Unibanco (-3,5%) e Santander (-2,9%).

Além do temor de recessão, surgiram dúvidas em relação à solidez das instituições financeiras europeias. Na quinta-feira, o Federal Reserve (o Banco Central americano, Fed) divulgou nota comunicando que o Banco Central da Suíça tomou 200 milhões de dólares em uma linha de crédito com taxa de 1,08%. Trata-se da maior quantia já emprestada ao banco desde outubro de 2008, o período mais agudo da crise financeira.

A necessidade de liquidez do banco central suíço fez com que as ações dos bancos europeus liderassem as quedas. Os papéis do banco Credit Suisse fecharam em queda de 3%, enquanto as ações do Deutsche Bank tiveram perdas de 4,8%. Já o Barclays caiu 5% na Bolsa de Londres. “Nós achamos que uma crise genuína de liquidez, como a vivida em 2008, é razoavelmente remota”, disse Matt Spick, analista do Deutsche Bank, numa nota sobre bancos europeus. “Mas vemos uma crise de financiamento, que será mais lenta, mas ainda assim tóxica.”