Os jornais paulistas finalmente resolveram investigar a denúncia de pagamento de propinas a deputados estaduais para aprovação de emendas ao orçamento. Um dos casos mais promissores envolve o ex-deputado José Antonio Bruno, do partido Democratas, ex-integrante da igreja Renascer e um dos dirigentes de uma seita intitulada Casa da Rocha. Dono de emissoras de rádio e televisão em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, ele foi o fundador da Associação de Comunicação Brasileira Cristã e está ligado também a empresa de eventos que promove apresentações de bandas gospel.

José Bruno diz que as acusações são parte de uma vingança de dirigentes da Renascer, que ele abandonou após 17 anos para fundar seu próprio negócio. O ex-deputado, que foi acusado diretamente por assessores da Assembléia Legislativa de haver recebido envelopes com dinheiro, chama seus ex-irmãos da Renascer de “ratos”, o que dá uma idéia da qualidade desses empreendimentos travestidos de religião.

Entidades ligadas a essas seitas se beneficiam de privilégios fiscais e raramente são investigadas, justamente por sua influência nas instituições públicas. Somente esse aspecto do escândalo na Assembléia paulista já merece uma linha especial de investigação jornalística, sem a qual as autoridades policiais parecem estranhamente alienadas. Mas os jornais apenas começaram a se interessar pelo assunto, que pode render muito mais revelações, como a suspeita de pirataria e lavagem de dinheiro no exterior.

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