A candidatura de José Serra a prefeito de São Paulo não faz nenhum sentido quando você olha para o horizonte de 2014. Para quem se vê como um candidato sério ao Planalto, a disputa da prefeitura em 2012 só pode terminar em derrota.

Se ganhar, Serra fica preso na cadeira até 2016. Se perder, vai para casa, talvez definitivamente.Isso se você pensa no horizonte de 2014. Mas o cálculo é diferente se você coloca 2018 no cenário.

Nos dias de hoje, a maioria dos políticos, da situação e da oposição, considera que 2014 é um ano encomendado para o PT. Se Dilma confirmar a posição atual daqui a dois anos, não terá adversário. Se não confirmar, o PT ainda tem Lula no banco de reservas.

Salvo tragédia, hoje fora do radar, o cenário realista para quem deseja recuperar o Planalto é aguardar 2018.

Tanto é assim que o próprio Aécio Neves, candidato “óbvio” a presidente pelo PSDB em 2014, tem feito o possível para não ser notado. Ele também sabe que essa candidatura num cenário favorável ao governo pode ser uma casca de banana.A situação é diferente em 2018.

Suponha que Serra vença a eleição para prefeito, o que é factível para quem lidera as pesquisas de opinião. Fica quatro anos no cargo, vai embora em 2016 e fica olhando para 2018. Tem chance? Claro que tem.

Tem garantia?Claro que não.

Mas é melhor do que ficar no twitter, como disse Marta Suplicy, ao explicar por que achava que a candidatura de Serra a prefeito em 2012 é inevitável(Época)