Sangue: embora seja clara a relação entre o colesterol ‘ruim’ e o risco de doenças cardíacas, pesquisadores questionam efeito protetor do colesterol ‘bom’

 

Um artigo publicado nesta quinta-feira na revista The Lancet questionou a ideia de que o aumento do colesterol bom (HDL) no sangue necessariamente diminui o risco de uma pessoa sofrer um ataque cardíaco. O trabalho observou que indivíduos com determinadas variações genéticas que levam ao aumento do HDL no organismo não correm menos riscos de sofrerem um problema no coração. O estudo foi desenvolvido por pesquisadores de diversas instituições de ensino, entre elas o Hospital Geral de Massachusetts, a Universidade da Pensilvânia e a Faculdade de Saúde Pública de Harvard, todas nos Estados Unidos.

A HDL impede que a LDL forme placas de gordura nas artérias que dão origem à aterosclerose, diminuindo ou obstruindo o fluxo sanguíneo, provocando infartos ou derrames. As pessoas podem aumentar seus níveis de HDL alterando o estilo de vida: é preciso se manter dentro do peso ideal, consumir alimentos saudáveis, abandonar ou evitar o tabagismo e praticar exercícios. Segundo a American Diabetes Association, os níveis de HDL devem ser de pelo menos 50 miligramas por decilitro de sangue nas mulheres e de 40 nos homens.

De acordo com autores da pesquisa, embora vários estudos feitos nas últimas décadas tenham confirmado que o aumento do colesterol ruim, o LDL, no sangue de fato aumenta o risco de uma pessoa ter doença cardíaca, os efeitos do HDL ainda não são totalmente claros. Os pesquisadores explicam que diversos trabalhos apontaram para os efeitos benéficos do HDL ao coração, mas nenhuma abordagem genética confirmou essa associação.(Veja)