Eleições X Olimpíadas

 

O que há de comum entre Olimpíadas e Eleições? Aparentemente nada e numa analogia mais apurada tudo…ou quase tudo. A começar pelo surgimento da primeira que ocorreu na Grécia, mais precisamente em Atenas, mesma cidade onde a palavra Democracia (demokratia = demos, povo, e kratia o poder) surgiu.

E numa visão conceitual as olimpíadas não deixam de ser uma guerra onde os melhores atletas do mundo competem e são agraciados com o ouro, prata ou bronze. Não é à toa que na época da Guerra Fria os Estados Unidos da América e a extinta União Soviética abocanhavam praticamente todas as medalhas.

No processo eleitoral brasileiro não é muito diferente. Candidatos e aliados travam uma verdadeira guerra na corrida pelo voto. Se comparando com o pleito municipal, ambas acontecem a cada quatro anos. Só que as diferenças estão em dois fatos de extrema relevância: nas olimpíadas não há como manipular resultados e perder nos jogos olímpicos não implica em mudar o destino de um povo.

Nas eleições o ‘atleta’ é o próprio povo que deve eleger quem melhor irá representá-lo com ações que modificarão a sua vida e dos seus descendentes. Aqui, o povo é o grande merecedor de medalhas. Mas, lamentavelmente, muitos brasileiros não sabem que o seu lugar é no podium. E vivem ‘ensacados’ e ludibriados com bolsas misérias.

É igualmente de se lamentar que um país que ocupa 22º lugar em medalhas e 88º lugar em Educação seja, nas ‘olimpíadas do voto’, tão desigual em detrimento de jogadas ilegais. Na corrida pelo voto vale absolutamente tudo, desde intimidações e compra de votos até mesmo assassinatos de políticos e ativistas. E tudo manchado pelo ‘suor fedorento’ da corrupção.

Recentemente, em Londres, o mundo assistiu aos melhores atletas disputando bravamente as provas de melhores do mundo em diversas modalidades. Faltam apenas um mês e quinze dias para os brasileiros elegerem seus prefeitos e vereadores sendo – de uma só vez – atleta e juiz na condição de eleitor. Você vai perder o seu lugar?

 

Por Tereza Amaral