O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fez nesta quarta-feira um novo corte na taxa Selic, de 0,50 ponto percentual, intensificando o ciclo iniciado em agosto de 2011 , de redução nos juros básicos para tentar dar mais fôlego ao crescimento da economia. Com a decisão, a taxa Selic cai de 8% ao ano para 7,5% ao ano. Essa foi a nona queda consecutiva, levando a taxa de juros para o nível mais baixa da história do Copom. O comitê foi criado em junho de 1996.

No comunicado divulgado após o encontro de dois dias, a autoridade monetária afirmou que “considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia.”

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A decisão foi unânime e sem viés. Votaram pela redução da taxa Selic para 7,50% os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini, presidente, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

O próximo encontro do colegiado do Banco Central, para avaliar as condições da economia do País e definir o movimento da taxa de juros brasileira, acontece em 9 e 10 de outubro. A ata da reunião desta quarta-feira será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 6 de setembro.

Comportamento da economia

 

A decisão de realizar uma nova redução na taxa Selic era um movimento já antecipado pelo mercado financeiro, principalmente em função do fraco desempenho do PIB no início do ano. No primeiro trimestre, a economia brasileira teve um discreto avanço de 0,2%. Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os números referentes ao segundo trimestre.

Algumas projeções preliminares realizadas por especialistas apontam que a economia cresceu cerca de 0,5% no período entre abril e junho. O consumo das famílias e a demanda do mercado interno ainda devem seguir como os principais motores da economia.

No ano passado, a economia cresceu 2,7%, com um desempenho abaixo do verificado um ano antes, quando o País deu um salto de 7,5%. Em valores correntes, a soma das riquezas produzidas no Brasil em 2011 chegou a R$ 4,143 trilhões, um crescimento de cerca de 14% sobre os R$ 3,6 trilhões de 2010.

Um novo corte da taxa de juros, de 0,25 ponto percentual, não está descartado pelos analistas do mercado financeiro. Levando em conta essas projeções, a Selic encerraria 2012 em 7,25% ao ano. As reduções nos juros ajudam o País a economizar recursos com o custo da dívida pública do Governo Federal e das reservas internacionais, corrigidas pela taxa Selic.