As incertezas sobre o futuro da Europa e a desaceleração da China têm provocado uma mudança de rumo nos investimentos do Brasil. Enquanto setores dependentes do mercado internacional, especialmente os ligados a commodities metálicas, pisam no freio, atividades mais focadas na demanda doméstica não perdem tempo. O setor automobilístico, por exemplo, desbancou a siderurgia no ranking de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Nos próximos quatro anos, as empresas automotivas vão investir R$ 60 bilhões. A siderurgia, que já foi respondeu por 70% dos desembolsos do BNDES na década de 60, caiu para a quarta colocação especialmente por causa das incertezas sobre o crescimento da China.

Os investimentos na área de petróleo e gás, responsáveis por 40% do total da indústria, vão continuar na liderança por longo tempo, especialmente por causa do pré-sal, avalia o economista do banco, Fernando Puga. Mas, dessa linha pra baixo, a dinâmica dos investimentos tem potencial para transformações, dependendo do avanço do crédito, emprego e renda no Brasil.(Estadão)