Da Coluna Política & Economia Real

Assim, de repente, não mais que de repente, de fontes sempre mantidas ocultas, fica-se sabendo, entre outras coisas que a presidente Dilma Rousseff não gostou do aval dado pelo assessor especial Marco Aurélio Garcia aos arranjos da Venezuela para empossar Hugo Chávez em um novo mandato de corpo ausente ; do imbróglio provocado pelas mágicas fiscais do fim de ano para maquiar o superávit primário ; das escolhas do PMDB para comandos na Câmara e no Senado, especialmente a possível indicação do deputado fluminense Eduardo Cunha (RJ) para a liderança do partido na Câmara ; e outras cositas mas.

Traduzindo, nada que não tenha boa repercussão agrada à presidente. É uma nova versão do que ‘é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde’ do ex-ministro Rubens Ricupero : ‘o que deu certo é meu, o que deu errado é dos meus auxiliares’. Ou o lema de alguns treinadores de futebol : ‘eu ganho, nós empatamos, vocês perdem’. Só que esta versão desmente outra que os assessores presidenciais fazem questão de divulgar de Dilma : a gerentona competente que tudo vê, tudo sabe, tudo cobra, ‘espanca’ coisas mal feitas, não perdoa vacilações.

A pergunta é: em que lugar estava esta ‘onipresença e onipotência’ quando os feitos desagradáveis foram perpetrados ? A insatisfação da presidente fica no atacado, no artigo indefinido. Há culpas, mas não há culpados. Afinal, pelo seu zelo, todas as políticas são dela. Como culpar alguém de modo definido, no mínimo com um puxão de orelha público e no máximo com a demissão ?