Para o bem ou para o mal, de quem se falou mesmo em 2013 na cena política foi de Joaquim Barbosa, alçado à condição de celebridade por sua atuação no caso do mensalão, como relator e presidente do Supremo Tribunal Federal na fase final do julgamento.

Desde então se especula sobre a possibilidade de o ministro se candidatar à Presidência da República. Tempo ele tem: magistrados podem se filiar a partidos até seis meses antes da eleição, enquanto para os demais interessados em se candidatar o prazo é de um ano.

Popularidade tampouco falta a Barbosa: é aplaudido e homenageado por onde passa; na última pesquisa do instituto Datafolha, o nome dele foi incluído. Apareceu com 15% das intenções de voto, na frente de Aécio Neves (14% nesse cenário) e de Eduardo Campos (9%). Fica atrás, bem distante, da presidente Dilma Rousseff (44%).

A questão é: ele teria vontade? Sondado a respeito, o ministro não confirma nem desmente. Essa dubiedade, junto com a disposição já insinuada de antecipar sua aposentadoria do STF por julgar que cumpriu o seu papel, alimenta as especulações.

A versão corrente entre políticos é a de que Barbosa “joga para a plateia” com o objetivo de disputar votos. O fato é que ele cogita, sim, entrar na política e vem se aconselhando com gente do ramo para avaliar essa possibilidade.

Aos interlocutores disse que não rejeita concorrer à Presidência. Acredita que, se o fizesse, estaria dando razão às acusações de que conduziu o julgamento do mensalão com a finalidade de angariar apoio político e eleitoral.