Na véspera de apresentar os nomes dos políticos que devem ser investigados por suspeita de ligação com o esquema de corrupção na Petrobras, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse a um grupo de manifestantes nesta segunda-feira (2) que não vai poupar ninguém.

“Quem tiver que pagar vai pagar”, disse Janot, que deixou de lado sua habitual discrição ao se dirigir a um grupo de ativistas que foi até a sede do Ministério Público Federal, em Brasília, para manifestar apoio a ele.Formado por cerca de 20 pessoas, o grupo afirmou representar o Movimento Limpa Brasil, que se classifica como apartidário e de combate à corrupção.

Eles apoiam as manifestações contra o governo Dilma Rousseff que estão sendo convocadas nas redes sociais para 15 de março em várias cidades do país.O procurador tirou foto segurando um cartaz com os dizeres “Janot, você é a esperança do Brasil” e disse que será uma investigação “longa”. “Nós vamos apurar. Isso é um processo longo, está começando agora. A investigação começa e nós vamos até o final”, afirmou.

 Diante de gritos de “parabéns” e mensagens de apoio, brincou: “Se eu tiver de ser investigado, eu me investigo”. Ele deixou a portaria do prédio sob aplausos, assobios e gritos de “Janot!”.O procurador promete entregar nesta terça-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) a lista de políticos com foro privilegiado que devem ser alvo de inquérito por participação nos desvios da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.

Rodrigo Janot e Teori Zavascki combinam passo a passo os procedimentos que serão adotados a partir da entrega, pelo procurador-geral da República, das cerca de 40 petições sobre os políticos a serem investigados no âmbito da Operação Lava Jato. O relator do caso no STF retirará o sigilo dos pedidos de abertura de inquérito apenas depois de ler a fundamentação de cada um e tomar a decisão. A partir disso, será possível saber os nomes, a justificativa de Janot e a decisão de Zavascki. A informação é de Vera Magalhães, na Folha de S.Paulo desta terça-feira.

Os pedidos chegarão ao gabinete de Zavascki, e somente serão registrados após a decisão do relator. A retirada do sigilo pode levar de dias a semanas, segundo pessoas que acompanham a rotina dos trabalhos no STF.O ministro tem dito a assessores que trabalhará “dia e noite” para acelerar a publicidade dos nomes, pois entende a mobilização gerada pelo caso. (Agências)