Ufersa em sintonia com a inclusão.

 

Vítima de um problema na retina, a estudante Maiara Costa, 26, tem baixa visão e só consegue enxergar 30% do seu campo visual, isso com a ajuda dos óculos, sem o acessório esse campo baixa para 15%. A deficiência se torna um obstáculo para a jovem nas atividades do dia a dia, principalmente para conseguir realizar os trabalhos da universidade. “Tem dia que eu assisto aula com dores nos olhos, tem dia que venho com óculos escuros para a sala, há momentos que fecho os olhos para tentar aliviar as dores”, relata a estudante. Maiara é aluna do 5º período da Licenciatura em Educação do Campo da Ufersa em Mossoró e já vem sendo acompanhada há algum tempo pela equipe pedagógica da Coordenação Geral de Ação Afirmativa, Diversidade e Inclusão Social, a Caadis, da Ufersa. É para melhor atender Maiara e todos os alunos que apresentam deficiências que a Universidade Federal Rural do Semi-Árido acaba de instalar uma sala de recursos multifuncionais com vários equipamentos e objetos que irão trazer mais acesso e inclusão aos alunos da Universidade. A sala está montada no prédio da Reitoria, ao lado da Caadis. O ambiente foi equipado com mesas adaptadas para cadeirantes, monitor de vídeo e teclado de contraste para pessoas com baixa visão, soroban, scanner de mesa falado, reglete com punção e prancheta, mouse óptico padrão, guias de assinaturas, acionadores de mouse, engrossadores bulbo para escrita, máquinas de escrever braile e teclado colmeia. A sala também ganhou cadeiras de rodas assim como outros setores da Ufersa em Mossoró e dos campi de Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros.

Com a chegada dos equipamentos, Maiara vai dispor de um monitor maior e de um teclado de contraste para auxiliar as aulas e as tarefas da universidade. “Mesmo aumentando as letras do computador eu tenho problema de ver porque preciso de um espaço para observar todo o texto e aqui com o monitor maior eu vejo todo o conteúdo completo”, falou a estudante. A pedagoga da Caadis, Gilberliane Melo, diz que a Coordenação atualmente faz o acompanhamento pedagógico e social de 25 estudantes que apresentam deficiências. E esse número só tende a aumentar com a chegada de novos alunos.

Essas adequações promovidas pela Ufersa fazem parte do Programa de Acessibilidade na Educação Superior (Programa Incluir), do Ministério da Educação, que propõe ações que garantem o acesso pleno de pessoas com deficiência às instituições federais de ensino superior (Ifes). O Incluir tem como principal objetivo fomentar a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nas Ifes, os quais respondem pela organização de ações institucionais que garantam a integração de pessoas com deficiência à vida acadêmica, eliminando barreiras comportamentais, pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação.

Na Ufersa, o Programa está sendo coordenado pela Caadis. Segundo a professora Ady Canário, que está a frente da Coordenação, o programa destina cerca de R$ 75 mil anualmente para as instituições. “Uma das principais ações do Programa Incluir é a aquisição de tecnologias assistivas visando a acessibilidade dos estudantes. Desde o ano passado que estamos fazendo essas aquisições e dando prosseguimento com a multicampia fazendo com que esses recursos também sejam distribuídos para todos os campi da Ufersa. O serviço está disponível na Caadis e os professores podem encaminhar os alunos ou os próprios estudantes podem procurar a coordenação para saber como utilizar os equipamentos”, explicou a professora Ady. Ela lembra que a Ufersa já vem passando por processos de adequações de forma a eliminar as barreiras físicas de toda a Universidade, com a construção e instalação de rampas, colocação de pisos táteis, banheiros adaptados, entre outras ações. Também deve ser designada em breve, por meio de portaria, uma comissão permanente de acessibilidade educacional multicampo para acompanhar o atendimento educacional especializado. A comissão deve ser instituída em todos os campi da Ufersa.

Fonte; Assessoria