Palhaçada patrocinada pelo Governo

Ridícula, cínica e atabalhoada a decisão do deputado Waldir Maranhão, o babalorixá do Maranhão, para melar o impeachment da presidente Dilma em nome apenas de uma causa, que não tem nada de republicano. É um jogo sujo, desesperado e derradeiro de uma presidente moribunda, que só tem mais dois dias para ser apeada do poder. O protagonista da trapalhada é folclórico, sem estatura política. É daqueles que não raciocinam. Tem titica cerebral.

Só entende de Lava Jato e malandragens. Era de um malandro que o Governo carecia para esta tentativa débil. Maranhão ostenta no seu gabinete, onde dá expediente na primeira-vice Presidência da Câmara dos Deputados, uma foto de formatura lá para as bandas do Maranhão que uma boina excêntrica, que está mais para pai de santo.

Maranhão se entregou ao papel de boi de piranha. Quem manobrou tudo, passo a passo, para assinar a decisão que tomou, foi o governador do seu Estado, Flávio Dino (PCdoB), que dizem por lá, em terras maranhenses, governa sem censo crítico, com mais autoritarismo do que José Sarney.

Em conluio com advogado-geral da União, Eduardo Cardoso, também já denunciado ao STF na operação de assalto aos cofres da Petrobras, Flávio Dino quis dar uma de salvador da pátria para Dilma, para cobrar a fatura mais adiante. Pobre de um Estado em que seu rei se oferece e cumpre esse papelão. Votado e aprovado pela maioria expressiva na Câmara, obedecendo todos os ritos do Supremo, o impeachment é matéria vencida.

A matéria remetida da Câmara para o Senado não tem caminho de volta. Trata-se, portanto, de ato jurídico perfeito e acabado. Inacreditável a audácia dos protagonistas. Não resiste a um mandado de segurança. Não pode haver essa decisão sendo que no Senado já foi inclusive aprovado o processo na comissão especial. Ele não pode anular uma decisão desrespeitando o regimento interno, a lei de impeachment e a Constituição. Houve abuso de autoridade.

A decisão viola a “soberania” da Câmara, já que 367 deputados votaram a favor da continuidade do processo de afastamento de Dilma. O atual presidente interino da Câmara é incompetente, seu gesto é motivado unicamente por razões politico-desviantes. A decisão de Waldir Maranhão de que não valeu a votação do impeachment, se fosse mantida, transformaria todo brasileiro num palhaço instantâneo.

Há, porém, um problema. Diferentemente do que se passa com os parlamentares, nem todo brasileiro tem vocação para o circo. Para a OAB, a decisão só atende a interesses momentâneos de alguns grupos políticos, mas ignora as decisões legítimas já tomadas. O Brasil está na UTI política, vivendo o ápice de uma crise ética e institucional.

“A OAB não aceita que, neste momento em que a sociedade brasileira espera que a crise seja superada com respeito a Constituição Federal, coloque-se em prática um vale-tudo à margem da Carta”, disse o seu presidente, em nota à Imprensa.

Fonte: Blog do Magno