Após ser notificada pelo senador Vicentinho Alves (PR-TO), primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, sobre a decisão do seu afastamento da presidência após a votação da admissibilidade do impeachment, a presidente, agora afastada, Dilma Rousseff, falou nesta quinta-feira (12) sobre a decisão do plenário.

 “Não esmoreço! Olho para trás e vejo tudo o que fizemos e olho para frente e vejo tudo o que ainda pode ser feito. Vou lutar para exercer meu mandato até o dia 31 de dezembro de 2018”, disse Dilma, que agora deve deixar a Presidência da República por até 180 dias.

Ela afirmou que seu governo não cometeu “nenhum ato repressivo” contra movimentos sociais e manifestantes.“O risco é agora termos um governo dos sem voto, sem legitimidade para propor soluções para os desafios do país e pode ser tentado a reprimir quem protesta contra ele. Um governo que nasce de uma espécie de eleição indireta e que será fator de manter a crise no país”, discursou Rousseff.

A presidente afastada disse ter orgulho de ter sido a primeira mulher eleita presidente do Brasil e que exerceu seu mandato de forma “digna e honesta”.Dilma reafirmou que está sendo vítima de “uma farsa jurídica e política”, mas disse que “não esmorece”.

“A luta pela democracia não tem data para terminar. A luta contra o golpe é longa”, disse a presidente. “Vamos mostrar ao mundo que há milhões de defensores da democracia em nosso país. A democracia é o lado certo da história. Jamais vamos desistir, jamais vou desistir de lutar”, encerrou sob gritos da claque do Planalto: “guerreira da pátria brasileira”.