Via G1

O presidente Michel Temer chega à semana decisiva de votação da segunda denúncia com a imagem fragilizada, refém de sua base aliada, cedendo a vários pedidos de deputados. Processo que acaba desgastando ainda mais a figura do presidente. Até o dia da votação, porém, assessores presidenciais afirmam que essa é a regra do jogo, atender o que for possível.

Por sinal, tem atendido até o que seria, em outras épocas, impossível, como a portaria que dificultou a caracterização de trabalho escravo no país. E mais pedidos estão sendo feitos e devem ser processados pelo Planalto nessa semana.

MUDA O JOGO – Depois de quarta-feira (25), a equipe de Temer acredita que o jogo mudará. Nas palavras de um assessor, a votação desta semana, que deve arquivar a segunda denúncia, marcará a saída do governo da UTI e sua ida para o quarto.

No ano que vem, a expectativa é de que a administração do peemedebista ganhe alta e comece a recuperar sua imagem, diante das previsões de melhora do ritmo da economia. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aposta num crescimento de 3,2% no ano que vem.

E o governo já começa a acreditar que pode ter um resultado mais favorável nesta semana. Até a semana passada, havia uma previsão de perda de, no mínimo, 20 votos em relação à primeira denúncia, quando Temer obteve 263 votos de sua base aliada pelo arquivamento da ação protocolada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

NOVA REALIDADE – Agora, líderes governistas já falam numa possível mudança de vento. Motivo: deputados podem até avaliar que votar contra o presidente agora evita um desgaste nesse momento, mas isso deve representar prejuízos eleitorais no ano que vem também.

Isso porque o governo tem sinalizado que, aqueles deputados que votarem contra Temer, não terão a ajuda do governo federal em suas eleições. Em uma conversa reservada com o Blog, dois deputados concordaram que essa pressão palaciana pode ter resultados. Afinal, dizem eles, a campanha do ano que vem deve ser de poucos recursos.

E ficar sem o apoio do governo federal pode ser fatal, principalmente, se a economia se recuperar no ritmo que a equipe econômica está prevendo. A conferir.