O Ministério da Economia revisou a estimativa de rombo nas contas públicas em 2020, passando R$ 861 bilhões para R$ 844,6 bilhões — redução de R$ 16,4 bilhões no tamanho do deficit do resultado primário do governo central (que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) neste ano.

A nova projeção faz parte do 5º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado pela pasta, nesta sexta-feira (20/11), alterando de 4,7% para 4,5% a estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

RECEITA E DESPESAS – O secretário especial de Fazenda da pasta, Waldery Rodrigues, informou que essa diminuição do rombo foi puxada pela melhora na receita, em R$ 9,8 bilhões, e pela redução de R$ 11,7 bilhões nas despesas obrigatórias, incluindo os gastos com aposentadorias e com subsídios.

Ele ainda lembrou que os gastos públicos no combate à pandemia foram expressivos e ajudaram no processo de recuperação, mas piorou o resultado das contas públicas, como em muitos países.  “(A nova previsão) do resultado primário negativo ficou menor, mas o deficit ainda é elevado, de 11,7% do PIB”, afirmou.

SOBE A INFLAÇÃO – As estimativas para a inflação, contudo, foram elevadas nesta semana pela pasta, passando de 1,83% para 3,13% a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reajusta o salário mínimo, passou de 2,35% para 4,10%.  Essa mudança, com certeza, vai implicar em despesas maiores com aposentadorias no ano que vem, pois o salário mínimo terá um aumento de R$ 43 sobre o atual, passando para R$ 1.088 e não será de R$ 1.079, como o previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

Conforme dados do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2021, cada R$ 1 a mais no salário mínimo implica em R$ 343 bilhões a mais nas despesas com a Previdência. Logo, esses R$ 9 acima da previsão para o piso salarial do ano que vem que está no PLOA do ano que vem, implicará em um gasto extra de R$ 3,1 bilhões no Orçamento.

Correio Braziliense