Há dois meses fora do comando da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou em entrevista ao Estadão divulgada nesta sexta-feira (5) que pretende definir para qual partido migrará em cerca de um mês. O parlamentar quer tomar a decisão antes de retomar as atividades em plenário para poder participar de debates importantes como o sobre a PEC Emergencial já na nova sigla.

Segundo Maia, a saída do DEM é irreversível. O racha com o partido se deu na campanha que elegeu seu sucessor na presidência da Câmara. O candidato apoiado por Maia era Baleia Rossi (MDB-SP). Porém, no meio da disputa, o presidente do Democratas, ACM Neto, mobilizou a bancada da sigla a apoiar a chapa do atual presidente Arthur Lira (PP-AL) – apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados.

“O senador Antonio Carlos Magalhães, diferente do neto dele, dizia que deputado a gente não empresta. O Neto resolveu emprestar os deputado dele, entregar a base dele para o bolsonarismo”, afirmou Maia ao Estadão.

De acordo com o deputado, o partido com quem mais conversa atualmente é o MDB, sigla com a qual relata ter uma “relação histórica muito importante”. Outro destino cotado é o PSL. Porém, Maia deixa claro que, com a atual composição de bolsonaristas na sigla, a mudança é improvável. O parlamentar não descarta ainda a criação de um novo partido de centro.

Questionado sobre as dezenas de pedidos de impeachment contra Bolsonaro que ficaram engavetados durante sua gestão à frente da Câmara, Maia repetiu que não há apoio político suficiente para o processo avançar. Disse ainda que o mais indicado seria a abertura de uma CPI para apurar, por exemplo, crimes cometidos pelo governo federal na pandemia.

Sobre 2022, o deputado diz ser uma disputa na qual projetos individuais terão que ser deixados de lado e acredita de quatro nomes – João Doria, Luciano Huck, Luiz Henrique Mandetta e Eduardo Leite – deve sair um nome, uma chapa única.

“Todos têm o direito de colocar o seu projeto até um determinado momento. A partir daí, é óbvio que tem de se consolidar uma candidatura. Todos quatro, cada um com as suas vantagens e desvantagens, têm de fazer isso”, diz.