Ainda não é possível prever quais serão os impactos da guerra na Ucrânia sobre os preços do diesel e da gasolina no Brasil. Essa é a avaliação do presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural), Eberaldo Almeida. Ele afirma que, como o início do ataque da Rússia trouxe grande volatilidade aos preços nesta quinta-feira (24.fev.2022), só os próximos passos no cenário geopolítico poderão definir a reação dos agentes do setor de óleo e gás.

“Hoje, a gente chegou a ver o óleo a quase US$ 106 o barril. Agora, neste momento em que falo contigo, está US$ 98,58. Ou seja, a volatilidade está grande. Só de o presidente americano [Joe Biden] dizer que não vai retaliar, a situação já deu uma arrefecida. Então, não é o momento de a gente cravar nada. Depende dos próximos movimentos”, disse Eberaldo.

Segundo ele, há diversos fatores envolvidos no cenário geopolítico e o impacto nos preços vai depender de análises mais estruturais do setor e não conjunturais, momentâneas. “Mas havendo uma certa estabilidade, em um platô maior, a questão do ajuste de preços começa a ficar inevitável“, disse.

No caso da gasolina e do diesel, o país importa cerca de 15% a 20% do total que consome. Eberaldo diz que é um equívoco dizer que bastaria que as refinarias do Brasil refinassem mais para suprir a demanda interna, pois há fatores operacionais e financeiros envolvidos.

Poder360