O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse, hoje, que a relação conflituosa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem contribuído para dar “paz” ao país depois do 2º turno das eleições. “Penso que tanto o presidente atual como o presidente eleito deveriam lançar palavras de harmonia, em obediência ao texto constitucional. Eu não tenho verificado isso”, afirmou Temer durante a “Lide Brazil Conference”, evento que reúne autoridades brasileiras em Nova York.

Na avaliação do ex-presidente, a “radicalização” do debate político só será superada quando “todos passarem a cumprir rigorosamente a Constituição, pregá-la e divulgá-la”. “A palavra do povo está no texto constitucional. Portanto, desobedecer ao texto constitucional é violar, exata e precisamente, a autoridade 1ª, verdadeira e inaugural, que é a vontade do povo”, afirmou.

A instabilidade institucional na transição também seria reflexo de um desrespeito a previsões firmadas pela Constituição, segundo Temer. “Toda vez que há uma desarmonia entre Poderes, há uma inconstitucionalidade que as autoridades constituídas estão desobedecendo uma ordem constitucional”, disse. O emedebista sugeriu que, no lugar de Lula, teria acenado com um gesto de aproximação a Bolsonaro para “tranquilizar” e “reconstruir” o país ao término da eleição.

“Para o meu paladar político, o presidente eleito, em vez de fazer críticas ao presidente atual com palavras um pouco agressivas, deveria dizer: compreendo bem a angústia […], mas peço a sua colaboração, a colaboração de todos os brasileiros para que possamos tranquilizar o país”, disse Temer.

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