Trabalho e Planejamento Estratégico para Realizar os Sonhos d o
Povo de Mossoró


Por: Allyson Bezerra Prefeito de Mossoró

décadas, a população mossoroense transmite à classe política e aos
gestores municipais, através de diferentes formas de manifestações, protestos e
movimentos articulados de instituições, organizações do terceiro setor e
entidades de classe, os seus sonhos, necessidades, reivindicações, projetos e
ideias.

Desse modo, convém dizer que a sociedade passa para nós, pessoas públicas,
o que ela quer para o presente e projeta para o futuro. É importante ainda
destacar que, muitos desses projetos e sonhos, anteriormente vistos como
projetos necessários para o futuro, infelizmente, ficaram em um passado de
esquecimento, mas hoje se tornaram de máxima urgência.

Nesse contexto, posso citar a reivindicação relativa à duplicação da Avenida
Francisco Mota, conhecida como avenida universitária, em virtude do avanço do
Campus da Ufersa, do IFRN, da UERN, da instalação do Complexo Judiciário,
bem como pela movimentação da própria indústria salineira com o trânsito de
centenas de carretas, ocasionando inúmeros casos de acidentes de trânsito. Por
essa razão, a referida duplicação não é apenas ideal, mas, sobretudo, urgente.

Noutro passo, quero ressaltar que, como engenheiro civil tenho uma forte paixão
em ver obras acontecendo: avenidas sendo duplicadas, estradas sendo abertas,
ruas sendo asfaltadas, assegurando mobilidade. Todavia, gostaria de falar sobre
algo que transcende uma obra de engenharia, porque remete a origem da nossa
cidade. Falo de um simples vilarejo, criado às margens de um rio, do qual origina
se o nome do maior município em área territorial do Estado; a maior cidade do
interior do Rio Grande do Norte; uma das 20 maiores do Nordeste, figurando
entre as 100 maiores do país. Mossoró nasceu graças à pujança econômica,
comercial e agropecuária ligadas ao seu rio, mas, que ao longo do último século,
notadamente das últimas décadas, esse mesmo rio não foi visto sob um olhar de
preservação e de desenvolvimento.

Logo, não se pode falar da realização de obras sonhadas há tanto tempo, sem
elevar a revitalização, a despoluição e a urbanização da orla do Rio Mossoró ao
patamar de prioridades. Isso porque, o rio, como outrora, continua sendo uma
fonte potencial de desenvolvimento para Mossoró. Por isso, é preciso ter
responsabilidade ambiental e ousadia desenvolvimentista para transformar o Rio
Mossoró em um grande cartão postal, impulsionando o turismo, lazer e geração
de emprego e renda para a população, proporcionando dignidade para milhares
de pais, mães e jovens mossoroenses.

Nesse sentido, a falta de um plano norteador para investimento no município não
se deve apenas à falta de visão e de vontade política, mas, principalmente, à
irresponsabilidade fiscal e administrativa dos que não aproveitaram os tempos
de auge dos recursos dos royalties do petróleo, que irrigavam os cofres da
Prefeitura. Ao contrário disso, deixaram a Prefeitura desorganizada

administrativa e financeiramente, a ponto de não conseguir honrar suas

obrigações mais básicas, como pagamento do salário e previdência dos
servidores, bem como pagamento de fornecedores, em decorrência de
prestações de serviços.

Além disso, a desunião política é outro motivo para essa lacuna histórica
referente a grandes projetos na cidade. Lembro de quando fomos a Brasília e
conseguimos assegurar mais de R$ 40 milhões junto ao Ministério do
Desenvolvimento Regional para a tão sonhada obra do anel viário ligando a BR
110 (saída para Areia Branca) até a BR304, passando pelo Rio Mossoró. Esse
grande projeto de mobilidade urbana que está em curso é um exemplo de que
podemos, e devemos, deixar de lado as diferenças partidárias e construir
parcerias políticas, prezando pelo interesse público.

Não se pode esquecer que quando assumi a Prefeitura tive que enfrentar
situação de calamidade financeira e administrativa. Diante do quadro de
instabilidade, empreendi esforços no sentido de implementar uma gestão
comprometida com os princípios norteadores da Administração Pública. Devido
a esse trabalho, a gestão obtém o reconhecimento do Tesouro Nacional
Brasileiro/Governo Federal, que coloca Mossoró pela primeira vez no topo do
seleto grupo que tem Nota A na Capacidade de Pagamento (CAPAG) índice
mais importante para avaliar a capacidade de municípios e estados de captarem
recursos nacionais e internacionais para novos investimentos.

É importante lembrar ainda que defendi no meu Plano de Governo, enquanto
candidato a prefeito de Mossoró, a necessidade de produzir um planejamento
estratégico para a gestão pública municipal, com a participação de diversos
setores da sociedade. Esse Plano Estratégico deve ser construído com a
preocupação de resolver problemas crônicos vivenciados pela população,
através de instituições do terceiro setor, das associações empresariais, cidadãos
e trabalhadores. Hoje, como prefeito, faço uma gestão ouvindo as pessoas,
visitando os bairros e comunidades e que uso das redes sociais para dar
transparência e oportunizar a participação dos cidadãos mossoroenses nas
ações e projetos da gestão. Embaso esse raciocínio com a frase que fiz questão
de escrever no primeiro dia que entrei no Palácio da Resistência: “O povo chegou
à Prefeitura de Mossoró”!.

O plano estratégico, aqui citado, deve dar resolutividade à falta de acessibilidade
do Centro da cidade, sem esquecer de dar condições para que ambulantes e
camelôs tenham local digno de trabalho. Ou seja, precisamos resolver um
problema histórico, que inclusive já foi pauta judicial, sem criar um conflito social.
Esse plano deve se atentar a levar serviços públicos essenciais como saúde,
educação, pavimentação e iluminação pública para novas áreas em expansão,
como novos conjuntos habitacionais e loteamentos, bem como se preocupar em
resolver problemas e gargalos históricos, oriundos da falta de planejamento
urbano e de investimento em infraestrutura, como, por exemplo, a falta de
drenagem em bairros tradicionais de Mossoró, que provoca inundações
recorrentes no período chuvoso.

Defendo que Mossoró trabalhe para entrar no rol das chamadas ‘Smart Cities’,

conceito mundialmente referenciado para cidades que trabalham com eficiência
energética, videomonitoramento, tecnologia de inteligência artificial e
informatização dos serviços públicos.

Pelo exposto, este plano deverá ser construído por quem vive à cidade, quem
mora na cidade, deverá ser construído pelo povo, ao mesmo tempo somando
esforços junto ao Governo Federal, Governo Estadual, Bancada Federal e
organismos nacionais e internacionais que financiam o investimento público para
dar à condição de realizar os sonhos da população de ver esses projetos que
aqui citei e tantos outros se tornando realidade. É hora de trabalhar ainda mais
forte para REALIZAR OS SONHOS DO POVO DE MOSSORÓ.

Mossoró/RN, 6 de dezembro de 2022