Foto: EVARISTO SA/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento, na quinta-feira, 31, sobre a investigação ligada ao caso dos empresários que debateram golpe de estado em um grupo de WhatsApp.

À Jovem Pan News, Bolsonaro afirmou, com exclusividade, que tem “vergonha” de tratar do assunto e afirmou que não fazia parte do grupo.

“Nunca participei desse grupo, trocava informações. Investigaram seis empresários, tiraram o restante e ficaram esses dois. Me chamaram para me ouvir sobre uma mensagem que compartilho que veio da imprensa. Não fui eu que escrevi, se for isso que estou pensando”, disse.

Bolsonaro se refere a Luciano Hang e Meyer Nigri, que seguem sendo investigados. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) estendeu o prazo para investigá-los, mas arquivou o processo contra outros quatro empresários que trocaram mensagens de cunho golpista no grupo.

Bolsonaro comentou também que nunca atuou em prol de um golpe de Estado, mas assim pela aprovação do voto impresso, proposta enterrada pela Câmara dos Deputados.

Sempre defendi o voto impresso. E o Barroso falou lá fora que nós queríamos aqui a volta do voto no papel. Fico até com vergonha de tratar sobre esse assunto”, reiterou Bolsonaro à Jovem Pan. O ex-presidente comentou ainda sobre uma mensagem enviada por José Koury, dono do Barra Wolrd Shopping no Rio de Janeiro. O empresário que teve a investigação contra si arquivada, afirmou que “preferia um golpe de Estado que a volta do PT”.

Na avaliação do ex-mandatário, Koury fez apenas um “desabafo”. “Quem falou que preferiria um golpe, foi um desabafo. O cara desabafou lá no grupo e qual problema?”, questionou. O depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal sobre o caso dos empresários será o quinto.

Antes, ele foi ouvido sobre as joias sauditas, os atos do 8 de Janeiro, as fraudes em cartões de vacina e sobre o suposto plano de golpe de Estado que envolveria o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e o ex-deputado federal Daniel Silveira.