Milhões de eleitores vão às urnas neste domingo (19) para decidir quem será o futuro presidente da Argentina. Em uma eleição polarizada e acirrada, os eleitores precisam escolher entre o atual ministro da Economia, o peronista Sergio Massa, e o economista e deputado ultraliberal Javier Milei.

A reta final da corrida à Casa Rosada tem sido marcada por guerras de narrativas e alianças com figurões da política argentina, debates acalorados entre os candidatos e diferença percentual apertada. Pesquisas de intenção de votos indicam um possível empate técnico entre Massa e Milei neste domingo. Ou seja, não faltará emoção em uma eleição que deverá ser decidida “no photochart”.

O resultado das urnas vai mostrar o futuro do modelo econômico e político da Argentina adotado pelos argentinos para os próximos quatro anos: a linha do governo atual ou um modelo com ideias ultraliberais.

1º turno e projeções para o 2º

Depois da surpreendente vitória do peronista Massa no primeiro turno, em 22 de outubro, com 36,68% contra 29,98% do ultraliberal Milei, o xadrez eleitoral se movimentou nesses últimos dias com o apoio da candidata da terceira via Patricia Bullrich a Milei, a busca por alianças políticas nas províncias, e, é claro, a intensificação das campanhas de ambos os lados.

Pesquisa do Atlas Intel, único instituto a cravar Massa como vitorioso no primeiro turno, coloca Milei na frente. A diferença é apertada: 52,1% do deputado contra 47,9% do ministro. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Já o levantamento do Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag) mostra o peronista à frente do ultraliberal, com distância pequena de 50,8% contra 49,2%, respectivamente. Nesse caso, como a margem de erro varia entre 0,9% e 2,2%, os dois candidatos estariam tecnicamente empatados.

Principais propostas:

Em meio a um cenário polarizado, devido à dispersão dos votos da coalizão de Bullrich, o Juntos pela Mudança, a única certeza é a de que essas eleições presidenciais devem ser uma das mais acirradas da história da Argentina, desde a redemocratização no país.

De acordo com levantamentos, o vencedor da disputa deve ser aquele que conseguir “conquistar” mais eleitores da fragmentação do Juntos e dos indecisos — número que gira em torno dos 10% dos votos.

Abstenção recorde

O pleito realizado em 20 de outubro registrou a maior abstenção em eleições presidenciais desde 1983, período da redemocratização na Argentina. Conforme a Direção Nacional Eleitoral, 74% do eleitorado apto a votar compareceram às urnas.

Ao comparar com 2019, última eleição, 80% dos eleitores foram escolher o presidente. Apesar do baixo comparecimento, o número foi superior ao registrado nas primárias de agosto, quando a abstenção foi de 30%.

Fonte: Metrópoles