Do Poder360

Na toada de críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (21) que o chefe da autoridade monetária é seu adversário político, ideológico e do modelo de governança da sua gestão. Disse que, quando puder trocar o titular da instituição, no fim do ano, o Brasil voltará “à normalidade”.

“Ele [Campos Neto] foi indicado pelo governo anterior e faz questão de demonstrar que não está preocupado com nossa governança, mas com quem ele se comprometeu. Estamos chegando ao momento de trocar o presidente do Banco Central. Vamos ter que tirar ele, indicar outras pessoas. E acho que as coisas vão voltar à normalidade porque o Brasil é um país de muita confiabilidade”, disse Lula em entrevista à rádio “Mirante News”, do Maranhão.

Lula tem 4 indicados no Banco Central. Só conseguirá obter a maioria das cadeiras em 2025, quando Campos Neto e outros 2 diretores terminam o mandato. Ou seja, a partir de janeiro, o Banco Central será controlado pelo Palácio do Planalto. Uma situação parecida se deu durante o 2º mandato de Dilma Rousseff (PT).

O presidente disse que o “nervosismo especulativo” do mercado financeiro não mexerá com “a seriedade da economia brasileira”.

Lula voltou a errar ao citar os dados de volume de crédito dos 5 maiores bancos do país. Disse que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil têm uma carteira de crédito maior que os outros três maiores bancos privados juntos.

“Caixa e Banco do Brasil nesse período em que estamos conversando aqui, os 2 sozinhos, têm mais carteira de crédito do que os 3 maiores bancos privados juntos, porque os bancos não querem emprestar dinheiro, querem especular, ganhar com a taxa de juros”, disse.

A Caixa tinha R$ 1,144 trilhão em carteira em março de 2024, último dado disponível. Já o Banco do Brasil tinha uma carteira de crédito de R$ 1,138 trilhão. Ambos somam R$ 2,282 trilhões em crédito.

O Bradesco (R$ 889,9 bilhões), o Itaú (R$ 1,185 trilhão) e o Santander Brasil (R$ 654 bilhões) totalizam R$ 2,729 trilhões. Os dados constam nos balanços financeiros dos bancos.

Lula já tinha feito a comparação entre os bancos em outra entrevista, concedida na manhã desta sexta-feira (21) à rádio “Meio”, do Piauí.