Por Murilo Rocha
Mais de 500 mil candidatos, para ser preciso 529.374 (8,5% do total de inscritos), zeraram a nota da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para tirar zero, segundo os coordenadores do Enem, é preciso escrever menos de sete linhas, copiar textos de terceiros ou escrever sobre um assunto completamente alheio ao tema – no último exame, realizado em 2014, a proposta era “publicidade infantil”.
O ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), inclusive, chegou a julgar a pouca familiaridade dos estudantes com a questão como um dos fatores principais para um resultado tão ruim. Mas seria importante o MEC promover uma leitura mais ampla para o desempenho pífio dessa edição do Enem.
Não é apenas senso comum a queda qualitativa do ensino e público e privado, como também um menor apego das gerações mais novas à leitura e à escrita formal diante de um mundo imperativo de imagens e comunicações abreviadas e superficiais. Em 2013, a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), iniciativa do próprio governo federal lançada um ano antes para mapear a qualidade do ensino no país, revelou um nível “baixo” de leitura em crianças com menos de 10 anos nas escolas públicas de 22 Estados brasileiros.
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