Fruto da fusão entre PSL e Democratas, o União Brasil nunca fez jus ao nome, rachado por alas e vertentes as mais variadas desde que despontou na paisagem de Brasília, em 2021. Nos últimos tempos, a sigla, dona da terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, com 59 parlamentares, e do mais polpudo quinhão do fundo partidário (cerca de 1 bilhão de reais), vem revelando suas fissuras de forma mais acentuada do que nunca. Ao mesmo tempo em que dá guarida a ferrenhos opositores do governo Lula, como o casal Sergio e Rosângela Moro, o partido compõe a Esplanada, à frente das pastas das Comunicações, do Turismo e, de forma indireta, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, nas mãos de Waldez Góes, que, embora do PDT, foi indicado por Davi Alcolumbre, um dos caciques da agremiação. Essas costuras, ora de um lado do ringue, ora do outro, são hoje vistas pelas altas lideranças do União Brasil como pouco efetivas — um “varejinho” que, segundo quadros de peso da legenda, acaba por facilitar o jogo para o Planalto.