Dois dias antes de morrer, Bruno Covas escreveu uma carta a correligionários. Nela, o prefeito falava das consequências catastróficas da pandemia de Covid-19, criticava o governo federal no enfrentamento da doença e dizia que o momento atual deveria ser de união.

A carta foi lida no evento de filiação de Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo (ex-DEM), ao PSDB, na sexta-feira (14), mesmo dia em que foi escrita (leia a íntegra mais abaixo).

Enquanto a mensagem era lida, ns dos presentes se entreolharam. Sabiam que, àquela altura, Bruno Covas estava sendo sedado, não mais acordaria.

Leia a carta na íntegra:

“São Paulo, 14 de maio de 2021

Minhas companheiras e meus companheiros,

Espero que estejam bem e protegidos.

Reprodução / Facebook

Gostaria de em primeiro lugar agradecer a todo carinho, a todas as orações e energia positiva que vocês têm me enviado. Lamento não conseguir responder a tantas mensagens, sintam-se todos abraçados. O apoio e o suporte de vocês têm sido decisivos no meu tratamento. Venho seguindo à risca as orientações da minha equipe médica e, de cabeça erguida, enfrentado os desafios que a vida me impõe. A luta é dura e árdua, mas não esmoreço e sigo em frente.

Tucanas e tucanos podem se orgulhar de todo o esforço que nossos governos, no estado de São Paulo e nos municípios, incluindo a nossa Capital, têm feito para enfrentar a pandemia. Das vacinas em produção e desenvolvimento pelo Instituto Butantan, à expansão vertiginosa da infraestrutura hospitalar, o fortalecimento do SUS em nosso estado é uma realidade.

Somos um partido forte, sólido, com muitos serviços prestados ao nosso país e ao nosso estado. Somos um partido de quadros competentes e que colocam o compromisso público em primeiro lugar.

É nesse contexto que quero ressaltar a importância dessa cerimônia de hoje. O momento do Brasil demanda de todos nós espírito público, unidade, agregação, somar e não dividir, não deixar nenhum interesse pessoal sobrepujar o interesse coletivo. Receber em nossos quadros o vice-governador Rodrigo Garcia sinaliza exatamente isso. Ele tem sido incansável na defesa do interesse público. Tenho por ele muito apreço e consideração. Foi decisivo na nossa vitória na eleição passada aqui na Capital e tem sido aliado histórico dos tucanos. Foi aliado do meu avô, foi aliado de Geraldo Alckmin, foi aliado de Serra, ê meu parceiro e aliado, é aliado do Governador Joao Doria, sempre esteve do nosso lado, nada mais natural do que se juntar a nós nessa caminhada.

Vejo nesse ato um resgate da história do nosso partido, inclusive para além das razoes que já mencionei, vejo um resgate do nosso manifesto de fundação.

No sonho de nossos fundadores, o Partido da Social-Democracia Brasileira, seria o partido capaz de juntar as forças democráticas ponderadas da república na luta pelo bem comum. Rodrigo é um liberal progressista, um parlamentarista, está afinado com nossos valores e ideais. Sua trajetória e sua experiencia político administrativa vem contribuir em muito para que nosso partido possa se fortalecer ainda mais e continue a promover as mudanças que a população precisa no estado de São Paulo.

Seja bem-vindo Rodrigo Garcia, seja bem-vindo ao ninho tucano, seja bem-vindo a Social-Democracia Brasileira.

Muito Obrigado!

Bruno Covas”

O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu hoje, às 8h20, aos 41 anos, em São Paulo. Desde 2019, ele lutava contra um câncer no sistema digestivo com metástase nos ossos e no fígado.

Ele permaneceu um dia na UTI e posou com o filho em 4 de maio para celebrar a melhora. Nos dias seguintes, o prefeito recebeu as visitas do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e do prefeito em exercício Ricardo Nunes (MDB), mas o quadro teve uma piora nesta sexta-feira (14) e Covas não resistiu, deixando um filho de 15 anos. Nunes assumirá a prefeitura em seu lugar.

Em sua trajetória política, inspirada no avô Mário Covas, o ex-prefeito foi deputado estadual por dois mandatos, deputado federal por dois anos, secretário na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) no governo de São Paulo e assumiu como vice-prefeito da capital em 2015. Em 2018, Bruno Covas assumiu a prefeitura quando o então prefeito João Doria (PSDB) lançou-se ao governo. Dois anos depois, o prefeito foi reeleito em segundo turno.

Covas estava internado no Hospital Sírio-Libanês, no Centro da capital paulista, desde 2 de maio, quando se licenciou da prefeitura. Na sexta-feira (14), ele teve uma piora no quadro de saúde e a equipe médica informou que seu quadro havia se tornado irreversível.

“O prefeito de São Paulo Bruno Covas faleceu hoje às 08:20 em decorrência de um câncer da transição esôfago gástrica, com metástase ao diagnóstico, e suas complicações após longo período de tratamento. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o dia 2 de maio, sob os cuidados das equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Prof. Dr. Raul Cutait e Prof. Dr. Roberto Kalil”, diz a nota divulgada pela Prefeitura de São Paulo.

Nas últimas horas de vida, o prefeito recebeu sedativos e analgésicos para não sentir dores.

Informações G1 e UOL

O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), piorou na tarde de hoje, foi sedado pelos médicos e seu quadro de saúde se tornou irreversível. A informação foi divulgada pelo hospital Sírio Libanês, onde o prefeito está internado para o tratamento de um câncer.

“O prefeito Bruno Covas segue internado no Hospital Sírio-Libanês recebendo medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica”, diz trecho do boletim.

Covas descobriu a doença em outubro de 2019 ao ser internado para tratar de uma infecção de pele. Ele passou por oito ciclos de quimioterapia ao longo de quatro meses — em cada sessão eram 30 horas recebendo a medicação.

O tumor chegou a diminuir em 2020, mas outros reapareceram em novos pontos do fígado em fevereiro deste ano. Em abril, foram identificados também nos ossos.

Em maio, Covas então decidiu se licenciar do cargo de prefeito de São Paulo por 30 dias para se dedicar ao tratamento. O pedido de afastamento foi sugerido pela própria equipe médica que o acompanhava, porque, segundo apurou o UOL, o tratamento iria se intensificar com sessões de quimioterapia e imunoterapia de duração de dois dias.

“Tenho seguido à risca as orientações da equipe médica e venho trabalhando em regime de teletrabalho […] mas agora, diante dos novos focos da doença, meu corpo está exigindo que eu dedique mais tempo ao tratamento”, afirmou Covas, em comunicado, ao anunciar a licença do cargo.

Leia o boletim na íntegra

O Prefeito Bruno Covas segue internado no Hospital Sírio-Libanês recebendo medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica.

Neste momento, encontra-se no quarto acompanhado de seus familiares.

Ele está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Prof. Dr. Raul Cutait e pelo Prof. Dr. Roberto Kalil Filho.

UOL

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