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Há muito se discute o surgimento da terceira via presidencial. O debate acentuou-se, sobretudo, depois das pesquisas que apontam Lula na dianteira, Bolsonaro em baixa, mas ainda um percentual grande de eleitores dos que não quer a volta do ex-presidiário nem tampouco a manutenção do atual mandatário no poder.

Numa entrevista, ontem, à Folha de São Paulo, o economista Edmar Bacha, um dos responsáveis pela formulação do Plano Real, disse estar envolvido 100% na busca de uma alternativa aos nomes de Bolsonaro e Lula. O primeiro, por representar um risco para a democracia. O segundo, à economia. Os discursos de Bolsonaro no 7 de setembro ampliaram o temor de que a recuperação econômica possa ser mais fraca do que se esperava.

Mais do que isso, que o País caia numa nova recessão. O recuo de Bolsonaro, em carta na quinta-feira passada na qual diz que não teve a intenção de agredir Poderes, trouxe alivio momentâneo ao mercado. Entre economistas, o ceticismo quanto às promessas do presidente é expressivo. A antecipação do cenário eleitoral de 22, embutida nos movimentos de Bolsonaro, limita o avanço na discussão de reformas profundas.

A expectativa de desaceleração de crescimento, já esperada devido à inflação, se agrava com a tensão política. Segundo a Folha de São Paulo, o Banco Central revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem para 1,93%. Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, parece ser unânime entre analistas que o crescimento ficará abaixo de 2%, podendo até mesmo ser menor do que 1%.

Diante disso, há risco de recessão. Em entrevista, ontem, à mesma Folha de São Paulo, o senador Antônio Anastasia (PSD), ex-governador de Minas Gerais, representante do Congresso na Comissão de Transparência das Eleições, defendeu a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), seu correligionário das Alterosas, à sucessão do presidente Bolsonaro. “Pacheco seria um grande presidente”, bradou Anastasia.

Para ele, o presidente do Senado tem um perfil muito adequado para o momento que o País vive, sendo sereno, preparado, correto, muita energia e discernimento. “Claro que ele próprio ainda tem que decidir, ainda é tudo uma construção a ser feita, mas acho que, em nível nacional, ninguém quer esse extremo Lula x Bolsonaro. E vou trabalhar para evitar essa opção extremada. Acho que a terceira via é a solução mais adequada”, disse.

Blog do Magno

A vitória do mineiro Rodrigo Pacheco (DEM) como presidente do Senado e a derrota de Baleia Rossi (MDB-SP) na Câmara unificaram o DEM em torno do presidente nacional do partido, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Ele se manteve fora da disputa na Câmara, mas se empenhou pela eleição de Pacheco, e assimilou a decisão pela neutralidade da bancada de deputados, precipitando a desfiliação de Maia. Sem outros líderes de expressão, Neto se tornou a principal liderança do DEM no País.

O ex-prefeito ACM Neto foi um dos anfitriões de Bolsonaro na visita ao Nordeste, há dias. Garantiu que o presidente teria votos no DEM-BA. Rodrigo Pacheco filiou-se ao DEM em 2018, após perder espaço no MDB de Minas Gerais, onde queria ser candidato a governador. O MDB-MG se uniu ao PT, em torno de Fernando Pimentel. Pacheco foi para o DEM, com ficha assinada por Rodrigo Maia e ACM Neto.

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