TEERÃ – A porta-voz da ONG Comitê Internacional contra o Apedrejamento, Mina Ahadi, declarou ontem que a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada de adultério e de participar do assassinato de seu marido, está bem. “Não tivemos notícia de uma nova data de execução”, afirmou. “Mas o risco continua, pode acontecer a qualquer momento”, completou. Após pressão internacional, Sakineh teve a sentença de apedrejamento por adultério suspensa até a conclusão do processo, mas foi condenada a forca por cumplicidade na morte do marido.

A integrante da organização também informou que o advogado da iraniana condenada à morte, Javid Houtan Kian, pode ser libertado amanhã após o pagamento de uma fiança. No mesmo dia, também pode ocorrer, segundo Mina, o processo contra os dois supostos jornalistas alemães que foram presos no dia 10 de outubro no escritório do advogado, na cidade de Tabriz, a noroeste de Teerã, junto com o filho da Sakineh, Sajjad Ghaderzadeh. A polícia do Irã deteve os quatro homens no momento em que os dois repórteres estariam entrevistando Houtan Kian e Sajjad. As autoridades iranianas, por sua vez, alegam que os dois estrangeiros não seriam jornalistas.

Não se tem notícia sobre o filho dela, que no início do mês passado chegou a pedir a interferência do papa Bento XVI e do presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, além de ter solicitado asilo político à Itália.