Em sua primeira reunião ministerial, a presidente Dilma Rousseff determinou que sua equipe priorize os cortes em seus orçamentos, começando por gastos de custeio, mas atingindo também, se necessário, os investimentos para cumprir a meta de superavit primário de 3% do PIB.

A contenção de despesas foi a mensagem mais forte da reunião: nem o PAC será poupado. Dilma (chamada por Lula de “mãe” do programa) autorizou que só obras em andamento continuem, sem iniciar novas.
“O PAC está preservado dependendo do tamanho do contingenciamento que se deve fazer”, disse Miriam Belchior (Planejamento).
A presidente se mostrou insatisfeita com as projeções de corte feitas pela equipe econômica, sinalizando que deseja um bloqueio menor que os R$ 50 bilhões sugeridos. O valor do corte valor deve superar os R$ 40 bilhões.
A reunião começou por volta das 14h30, com todos os 37 ministros. Em sua fala, Dilma mandou outros recados: disse que não vai aceitar divergências públicas em sua equipe, citando a questão do salário mínimo.
Ao final do encontro, o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou que o valor do salário mínimo a partir de fevereiro será de R$ 545.
Para evitar paralisia no governo, Dilma disse que “contará até três” quando houver brigas, revelando seu método para dirimir conflitos: o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) fará três reuniões com os envolvidos para chegar ao consenso. Se isso não ocorrer, ela vai “arbitrar”.
Palocci também falou de cortes e da necessidade de unidade dentro do governo. Segundo ele, haverá espaço para discussão sobre cortes, mas, uma vez decididos, não serão permitidas revisões.
Dilma deu prazo até 4 de fevereiro para que as pastas proponham cortes e sinalizou redução imediata nos gastos com passagens, alugueis e compra de móveis.
Fonte: Folha Online