O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, pediu nesta quinta-feira (31) o empenho de toda a classe política do estado para o desenvolvimento de projeto para o novo porto de Natal, que desde muitos anos sofre de problemas em sua infraestrutura e dificulta a economia do estado.

De acordo com o presidente da Faern, essa é uma reivindicação antiga dos produtores rurais e do empresariado potiguar. “Acredito que todos são cientes dos problemas enfrentados pelo atual porto, na Ribeira, que sofre muito para escoar a nossa produção e que não comporta grandes navios cargueiros”, ressaltou Vieira.

O presidente da Federação da Agricultura ainda explicou que o estado deixa de receber produtos importantes para a nossa economia por conta desses problemas enfrentados no Porto de Natal. “Deixamos de receber, via mar, os contêineres de grãos que vêem de outros estados. Também temos que enviar para outros portos os nossos produtos, como frutas e minério de ferro. Suape e Cabedelo são os grandes ganhadores nessa corrida. E o nosso porto fica no atraso”, reclamou Vieira.

Novo Brasil portuário

As projeções de demanda de capacidade operacional portuária indicam que no ano de 2017, o Brasil terá que ter em funcionamento uma capacidade da ordem de 1,5 bilhões de toneladas, para sustentar as consistentes análises de demanda e para o país não parar.

De acordo com José Vieira, da Faern, esses números atingirão também o Rio Grande do Norte. E, até esta data algo terá que ser feito para não perdermos o caminho para uma economia forte e desenvolvida. “Hoje as deficiências do setor portuário e do contexto logístico já se constituem num obstáculo ao aumento da produção e à competitividade de muitos dos nossos produtos. Este fato complica as contas externas do País, encarece os custos internos de mercadorias, componentes, matérias primas, derruba da renda dos produtores rurais e, pior, estimula o perigoso processo inflacionário. A nossa classe política deve pensar nisso e trabalhar para um projeto de um novo porto para Natal”, ressaltou Vieira.

O presidente da Faern explicou que dentro dos próximos cinco anos o Brasil crescerá 12,6% em movimentação de contêineres nos seus portos. “Um dado que deverá ser melhor observado pelas nossas autoridades. Um novo Brasil portuário, que mereça toda a nossa atenção. Aqui no estado um ponto que deve ser analisado é a cabotagem do porto. Com ele, conseguiremos trabalhar melhor. Sem isso, observaremos o bonde da história passar”, concluiu Vieira.

Por Paulo Correia