Os consumidores brasileiros estão menos otimistas, revela o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), divulgado nesta segunda-feira, 4 de abril, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador recuou 0,5% em março na comparação com fevereiro. Foi a quinta queda consecutiva e o INEC acumula retração de 5,1% desde outubro de 2010.

Um dos motivos para a queda do INEC em março foi a elevação do número de brasileiros que acreditam no aumento do desemprego. Em março, 39% dos consumidores apostavam que o desemprego aumentaria. Em fevereiro, 35% dos entrevistados apostavam no crescimento do desemprego. Isso fez com que o índice de expectativa do desemprego recuasse 3,3% em março na comparação com fevereiro.

Mesmo assim, o indicador de março de 2011 ficou 3,3% acima do observado no mesmo mês de 2010. Segundo o analista de Políticas e Indústria da CNI, Marcelo Azevedo, isso é resultado do crescimento do mercado de trabalho ao longo de 2010.

Os brasileiros também estão mais pessimistas em relação à situação financeira, ao endividamento e às compras de maior valor. O índice da situação financeira recuou 1,5% em março deste ano em relação a fevereiro, e caiu 5,4% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O índice de endividamento diminuiu 0,3% em março de 2011 diante de fevereiro, e 2,1% ante março de 2010.

Ao mesmo tempo em que a situação financeira piorou, o índice de expectativa de renda pessoal subiu 1,9% em março na comparação com fevereiro. Azevedo explica que o indicador de situação financeira é um retrato do quadro financeiro atual dos brasileiros enquanto o índice de expectativa da renda pessoal reflete as perspectivas deles para os próximos seis meses. “Isso mostra que os brasileiros acreditam que vão melhorar sua condição financeira nos próximos meses”, detalha o economista.

A pesquisa mostrou que o otimismo do brasileiro em relação à inflação subiu 1,5% em março deste ano frente a fevereiro. Apesar da melhora, o índice encontra-se 3,7% abaixo do registrado em março de 2010. “Por mais que o otimismo quanto à inflação tenha melhorado em março, o brasileiro ainda não está confiante no controle dos preços”, avalia Azevedo.