O agravamento da crise econômica internacional levou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a rever para baixo alguns dos principais indicadores da economia brasileira em 2011. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 3,8% na estimativa feita no segundo trimestre para 3,4% e a da indústria um ponto percentual – de 3,2% para 2,2%. Os dados são do Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado nesta terça-feira, 11.10.

De acordo com a CNI, a elevação do PIB este ano será menos da metade do comportamento registrado em 2010, que foi de 7,5%. Diz o Informe Conjuntural que a indústria de transformação continua sendo o setor mais afetado da economia, por três grandes fatores: a forte valorização cambial registrada em grande parte do ano, a fraca demanda mundial por produtos manufaturados, devido à crise econômica, e dificuldades em competir com os importados no mercado interno.

Tal quadro, destaca o estudo, faz com que a expectativa de crescimento do PIB da indústria de transformação seja de 1,2% este ano, com o PIB da indústria extrativa e o da construção devendo crescer 2,5% e 3,6%, respectivamente.

“Para reverter o cenário de perda de competitividade da indústria, é preciso reduzir urgentemente custos sistêmicos, como o tributário, de capital, de logística, de energia, de escassez de trabalho qualificado”, diagnosticou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Assinalou que “a indústria ficou frustrada pela baixa densidade das medidas do Plano Brasil Maior”.

A trajetória de desaceleração do PIB deverá se reverter no início de 2012, pelo aumento do consumo interno e dos investimentos, caso a taxa básica de juros, a Selic, continue a recuar, prevê o Informe Conjuntural. “No entanto, o cenário incerto da economia global está longe de ser uma página virada e ainda perdurará por alguns anos”, completa.

Fonte: Blog do Jamildo