O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por volta das 16h50 desta sexta-feira, onde estava internado desde sábado (11).

Lula fez na manhã desta sexta-feira a 33ª sessão de radioterapia e encerrou o tratamento contra um câncer diagnosticado em outubro. (Veja boletim médico abaixo).

Uma tomografia feita no sábado revelou que não há mais sinais do tumor na laringe do ex-presidente. A resposta ao tratamento, no entanto, será conhecida apenas daqui a cerca de seis semanas.

Os exames só serão feitos no fim de março, já que o prazo é necessário porque, no período, a radiação continua atuando no organismo, atingindo seu efeito máximo.Segundo o ministro Alexandre Padilha (Saúde), Lula adotará um estilo de vida mais “disciplinado” com relação a sua saúde.

“O presidente vai fazer o controle como qualquer pessoa faz”, disse Padilha, após conversar com ele por cerca de uma hora.

O acompanhamento médico da doença após o término do tratamento é de cinco anos.

Além de fatores genéticos, o tabagismo pode ter sido uma das causas do desenvolvimento do tumor Lula só parou de fumar há dois anos. Quando associado ao consumo de álcool, os riscos de desenvolver este tipo de câncer crescem.

Lula vai seguir, por exemplo, a recomendação médica de não comparecer ao desfile da Escola de Samba Gaviões da Fiel, que ocorre em São Paulo na noite deste sábado no sambódromo do Anhembi.

“Ele está louco para ir desfilar na Gaviões da Fiel, mas os médicos estão recomendando que ele não vá. Como paciente disciplinado, ele não irá”, disse o ministro. A escola terá Lula como tema de seu Carnaval neste ano.

O ministro afirmou que eles conversaram sobre o desempenho do pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Segundo ele, Lula não comentou, porém, sobre a possível entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa.

A entrada do tucano pode frustrar a negociação de Lula para que o prefeito Gilberto Kassab (PSB) apoie o candidato petista.“O PT tem estabelecido cada vez mais parceiras com o PSD em vários Estados. Nossa relação com o PSD não está restrita a cidade de São Paulo”, disse Padilha.

Nos últimos dias, o ex-presidente já vinha sentindo os efeitos da radioterapia que o impediram de ir ao seu escritório no Instituto Lula.Na semana passada, ele também não participou do 32º aniversário do PT, em Brasília.(Folha)