Os partidos políticos farão de tudo para convencer o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que a decisão de considerar inelegíveis candidatos com contas rejeitadas na última eleição vai gerar a mesma insegurança jurídica que trouxe a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa na disputa de 2010.

Montados no mesmo argumento de que só podem haver mudança nas regras do jogo um ano antes do pleito em questão. Pode até ser que o argumento seja convincente e a suprema corte eleitoral ceda aos propósitos dos partidos. Mas é claro que eles compram essa briga com contestações exclusivamente combinadas para confundir.

A nova exigência imposta pelo TSE para o registro de candidaturas pode ser muito bem vista pelos ministros e seria muito bom que assim fosse  apenas como uma medida que traz mais rigor a um dos mais graves, se não o mais penoso, problemas de campanha: os recursos financeiros que a envolvem.

Este debate só renova os percalços que ocorrem em todo de ano de eleição: o das estranhezas entre os poderes Legislativo e Judiciário. Um enfrentamento que, na grande maioria das vezes, tem um desfecho que desconsidera o interesse público. Esperamos que agora seja diferente.