No primeiro dia da leitura do seu voto, nesta quarta-feira (22), o ministro revisor do processo do Mensalão, Ricardo Lewandowski, votou pela condenação de quatro réus. São eles: o publicitário Marcos Valério e seus sócios, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, além do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato.

Lewandowski está votando de maneira “fatiada”, como foi decidida pelos ministros. Ele começou pelo item 3 do processo, que trata das acusações de corrupção passiva e ativa no “núcleo publicitário” do esquema.

Na última semana o ministro relator Joaquim Barbosa votou pela condenação de cinco réus: os mesmos quatro condenados por Lewandowski e ainda o deputado federal petista João Paulo Cunha.

O publicitário Marcos Valério é denunciado por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, evasão de dívidas e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, Valério comandava o “Núcleo Operacional” do Mensalão, usando suas empresas para desviar recursos públicos para políticos indicados pelos petistas.

Ainda de acordo coma denúncia, ele firmava contratos superfaturados com a Câmara e com o Banco do Brasil e ainda usava empréstimos fraudulentos dos Bancos Rural e BMG para disfarçar a origem do dinheiro.

Cristiano Paz e Ramon Hollerbach são acusados de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, evasão de dívidas e lavagem de dinheiro. Os ex-sócios de Marcos Valério são acusados de terem participado das negociações.

Henrique Pizzolato é acusado de corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta e instituição financeira. A Procuradoria-Geral da União afirma que Pizzolato recebeu R$ 336 mil do “valerioduto” por ter autorizado um adiantamento de R$ 73 milhões do fundo Visanet para a DNA, agência de Valério que tinha contrato com o Banco do Brasil.