A informação apontada pelo Estado de que os bancos elevaram suas tarifas máximas cobradas sobre produtos e serviços incomodaram a presidente Dilma Rousseff e desencadearam uma nova ofensiva no governo para reverter este movimento. Após forçar a queda dos juros dos financiamentos e as taxas de administração dos fundos de investimento usando os bancos públicos, a mesma estratégia será usada para levar os concorrentes privados a reverem suas tarifas.

A ação é para evitar que os bancos compensem a perda de receitas gerada com a queda dos juros dos empréstimos aumentando as tarifas. O Banco do Brasil foi o primeiro a receber ordens do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para baixar o preço de sete tarifas que foram reajustadas no início do ano e que estão acima das praticadas pelas instituições financeiras privadas.

Segundo apurou a Agência Estado, a avaliação do ministro é que o aumento das tarifas representa pouco para o resultado do BB, mas foi um sinal muito negativo para o mercado. Por isso, a instituição terá de revê-las.

O BB foi o segundo banco de varejo que mais fez reajustes desde janeiro, atrás apenas do Bradesco. De 42 tarifas, oito delas aumentaram e uma diminuiu. O argumento apresentado pelo Banco do Brasil ao ministro da Fazenda é de que foi uma reposição tarifária, porque a instituição manteve as tarifas bancárias inalteradas entre 2008 e 2011.

O governo vem acompanhado o valor das tarifas desde abril, quando os bancos deram sinais de que poderiam usar os preços dos serviços para compensar as perdas geradas pela redução das taxas de juros. As notícias desta semana acenderam uma luz amarela e fizeram com que o governo voltasse a agir.

Mantega entende que os bancos públicos são importantes para mostrar o caminho para a redução das tarifas. O ministério da Fazenda quer estimular a competição também neste segmento. O governo entende que as instituições financeiras têm gordura para queimar e podem reduzir os juros e os spreads bancários sem compensar na outra ponta, com aumento de tarifas.